Buscar

Reportagem revelou que ex-vice presidente admitiu em reunião oficial que garimpeiros seguiam “invadindo a área Yanomami"

Da Redação
8 de março de 2023
16:27
Este artigo tem mais de 1 ano

A Agência Pública reafirma as informações presentes na reportagem Mourão admitiu necessidade de combater garimpo em Terra Yanomami, mas não agiu, publicada nesta segunda-feira (7 de março).

A partir dos registros oficiais de reuniões realizadas pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, a reportagem revelou que o então vice-presidente da República e hoje senador Hamilton Mourão admitiu que garimpeiros seguiam “invadindo a área Yanomami” e que havia a “necessidade de ser deflagrada uma operação de grande envergadura” na terra indígena – o que não ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro. 

As declarações foram feitas em reunião em 30 de agosto de 2022, segundo os documentos obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI). 

Em reunião anterior, em 23 de novembro de 2021, o então vice-presidente já havia afirmado que o caso dos Yanomami — vítimas de uma crise humanitária causada pela invasão de garimpeiros ilegais em seu território — vinha “sendo explorado de forma totalmente inverídica pela mídia”. As declarações foram reproduzidas textualmente, tais quais constam nos documentos oficiais.  

Mourão comandou o Conselho desde fevereiro de 2020 até o fim da gestão Bolsonaro. Tanto o senador quanto sua assessoria de imprensa foram contactados antes da publicação da reportagem, mas não enviaram resposta.

Após a publicação, Hamilton Mourão usou as redes sociais para caracterizar as informações como “inverídicas” e fruto de “parcialidade característica do jornalismo de baixa qualidade”. 

A Agência Pública, fundada há 12 anos e dirigida por jornalistas mulheres, é a agência de jornalismo mais premiada do país, com mais de 70 prêmios. A qualidade e o rigor das nossas reportagens é reconhecida nacional e internacionalmente. Investigamos com independência todos os níveis da administração pública e também o setor privado, pautados pela defesa intransigente dos direitos humanos. 

Repudiamos qualquer tentativa de intimidação e ataque à reputação da Pública e de nossos repórteres, que trabalham calcados nos mais estritos padrões éticos da profissão. É lamentável que em vez de responder aos questionamentos que foram feitos pela nossa reportagem, o senador do partido Republicanos tenha decidido usar as redes sociais para atacar o trabalho sério do jornalismo profissional. 

A direção da Agência Pública. 

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes