A Agência Pública reafirma as informações presentes na reportagem Mourão admitiu necessidade de combater garimpo em Terra Yanomami, mas não agiu, publicada nesta segunda-feira (7 de março).
A partir dos registros oficiais de reuniões realizadas pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, a reportagem revelou que o então vice-presidente da República e hoje senador Hamilton Mourão admitiu que garimpeiros seguiam “invadindo a área Yanomami” e que havia a “necessidade de ser deflagrada uma operação de grande envergadura” na terra indígena – o que não ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro.
As declarações foram feitas em reunião em 30 de agosto de 2022, segundo os documentos obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI).
Em reunião anterior, em 23 de novembro de 2021, o então vice-presidente já havia afirmado que o caso dos Yanomami — vítimas de uma crise humanitária causada pela invasão de garimpeiros ilegais em seu território — vinha “sendo explorado de forma totalmente inverídica pela mídia”. As declarações foram reproduzidas textualmente, tais quais constam nos documentos oficiais.
Mourão comandou o Conselho desde fevereiro de 2020 até o fim da gestão Bolsonaro. Tanto o senador quanto sua assessoria de imprensa foram contactados antes da publicação da reportagem, mas não enviaram resposta.
Após a publicação, Hamilton Mourão usou as redes sociais para caracterizar as informações como “inverídicas” e fruto de “parcialidade característica do jornalismo de baixa qualidade”.
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