Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Checagem

TRUCO! Programa #1 – 19 de agosto

Truco, Dilma! “(Somos) O país que vem realizando um dos maiores conjuntos de obras de infraestrutura do mundo, e o maior de sua história” programa de Dilma Perguntamos à campanha de Dilma Rousseff A campanha da candidata Dilma respondeu ao nosso truco no dia 21 de agosto. A resposta foi a seguinte: Todas as informações

Checagem
11 de agosto de 2014
21:30
Este artigo tem mais de 10 ano
Especial Truco 2014

Truco, Dilma!

“(Somos) O país que vem realizando um dos maiores conjuntos de obras de infraestrutura do mundo, e o maior de sua história”

programa de Dilma

Perguntamos à campanha de Dilma Rousseff

  • Quais dados foram utilizados como base para essa afirmação?
  • Como foi feita a comparação com investimentos em infraestrutura em outros períodos da história brasileira?
  • E com outros países?

A campanha da candidata Dilma respondeu ao nosso truco no dia 21 de agosto. A resposta foi a seguinte:

Todas as informações divulgadas no Programa Eleitoral de TV da candidata Dilma Rousseff foram levantas junto a órgãos oficiais, institutos de pesquisa e organismos internacionais. Sobre as ações e obras realizadas no governo Dilma, você pode obter informações no Programa de Governo disponível no site www.dilma.com.br 

Consideramos a resposta vaga e pedimos Seis!, ou seja, novamente pedimos que o comitê da campanha diga de onde tirou os dados do programa eleitoral.


“Os empregos começam a desaparecer”

Aécio Neves

Ao contrário do que o candidato Aécio Neves (PSDB) afirmou em seu programa eleitoral, os empregos não estão desaparecendo no país.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a taxa de desemprego total em 2013 foi de 10,3%, ante 10,4%, em 2012, e 10,3%, em 2011. Ou seja, não houve oscilação significativa nos números de desemprego do Brasil.

O que há, de fato, é queda na geração de novos empregos. No primeiro semestre de 2011, primeiro ano do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), foram gerados 1,4 milhão de postos de trabalho enquanto apenas 588,6 mil vagas foram criadas no mesmo período de 2014. Os dados são do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.


“42 milhões ascenderam à classe média”

Dilma Rousseff

De acordo com a pesquisa “Faces da Classe Média”, lançada em fevereiro deste ano pelo Instituto Data Popular em parceria com a Serasa Experian, em 2003 faziam parte da classe média 66,9 milhões de brasileiros, em números absolutos. Em 2013, eram 108,5 milhões. A diferença é de 41,6 milhões de brasileiros, o que corresponde à fala da presidente Dilma Rousseff.

No entanto, a maior parte da classe média está no Sudeste (43%), seguida de Nordeste (26%) e Sul (15%). A diferença é grande quando se fala de Centro-Oeste (8%) e Norte (8%).

Outro ponto a ser observado é que o único critério para ser considerado da classe média é a renda per capita – de R$ 338,01 a R$ 1.184,00. Ao traçar o perfil do segmento, dividido em 4 grupos, o Data Popular revela que o nível de escolaridade dos classificados como classe média são bem baixos. 48% do maior grupo, com 30,3 milhões de pessoas –– com idade média de 40,4 anos – tem apenas o ensino fundamental completo. A parte mais escolarizada da classe média é a que representa o menor filão – 16%. É também o grupo com maior renda per capita.

Vale notar que de acordo com a definição de classe média da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, disponível atualmente, a renda para ser considerado como classe média é ainda mais baixa que a do Data Popular: a SAE/PR divulga em seu site os valores de R$ 291 a R$ 1.019. A assessoria de imprensa da Secretaria de Assuntos Estratégicos explica que os dados estão defasados, mas ainda não está disponível ao público a nova definição de classe média feita pelo órgão.


“Problemas que já tinham sido superados estão agora voltando. A inflação já está aí de novo, batendo na sua porta, entrando na sua casa.”

Aécio Neves

A inflação tem se mantido dentro da meta definida pelo Banco Central desde 2004, levando-se em conta o intervalo de tolerância de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos aceito pela instituição.

Desde 2005, o teto máximo definido anualmente está fixado em 6,5%.

Na média dos três primeiros anos do governo Dilma Rousseff (2011-2013), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,08%, a segunda menor taxa registrada em cinco mandatos presidenciais. No primeiro mandato do governo Lula (2003-2006), a média foi de 6,43% e, no segundo (2007-2010), de 5,15%. No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), ficou em 9,71%, e, no segundo mandato (1999-2002), em 8,78%.


“Com certeza você sabe que 36 milhões de brasileiros saíram da miséria”

Dilma Rousseff

O número – 36 milhões de pessoas – se refere aos beneficiários do Bolsa Família que estariam na miséria se não recebessem o auxílio e vivessem apenas com sua renda familiar, segundo balanço do Plano Brasil Sem Miséria. |LEIA MAIS|”]

Em seu site, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) diz que, deste total, 22,1 milhões de beneficiários saíram da extrema pobreza graças às ampliações do Bolsa Família feitas pelo governo Dilma até o fim de 2012.

No entanto, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, diz que 8,35 milhões de pessoas saíram da miséria em dez anos de governo do PT. Em relatório divulgado em outubro de 2013, o Instituto aponta que o índice de brasileiros em situação de pobreza extrema caiu de 14,88 milhões para 6,53 milhões entre 2002 e 2012.

A fonte das informações explica a diferença nos dados. O MDS se baseia no número de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais, ou seja, mostra a redução da extrema pobreza apenas entre os beneficiários do Bolsa Família. Já o IPEA usa como referência a população em situação de pobreza extrema segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa discrepância de valores foi explicitada em reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em junho de 2014.


“Na economia, o Brasil parou de crescer”

Aécio Neves

Ainda é cedo para afirmar que a economia brasileira parou de crescer este ano.

Até o momento não houve retração, nem mesmo estagnação no crescimento do PIB. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado o PIB cresceu 2,5% em relação ao ano anterior. E, no primeiro trimestre de 2014 o crescimento foi 1,9%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Se comparado com o trimestre anterior, porém a alta foi só de 0,2%.

Os números do segundo trimestre tem sido mantidos a 7 chaves pelo IBGE que só vai divulgá-los no dia 29 deste mês, mas as previsões são, de fato, negativas. Nesta semana, o Banco Central divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que registrou uma retração de 1,3% no segundo trimestre. Ou seja, para o BC, houve, pior que estagnação, retração.

As previsões de crescimento anual também têm sido revistas repetidamente. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu 5 vezes a previsão para o Brasil. Ainda assim, a estimativa é que o PIB cresça 1,3% neste ano (em abril, a previsão era de 1,9%). O próprio governo federal também reduziu a previsão de crescimento do PIB: antes, o governo previa um aumento de 2,5% em, relação a 2013, e agora prevê 1,8%.

Resumo do Programa

PSB homenageia Eduardo Campos e repete o bordão do candidato: “brasileiros, não desistam do Brasil”; Ivan Pinheiro, do PCB, anuncia que vai debater o capitalismo, para ele a causa dos principais dos problemas da sociedade; Zé Maria (PSTU) prega que o governo pare de pagar a dívida para banqueiros e defende um governo dos trabalhadores; Aécio Neves (PSDB) diz que mau governo fez o Brasil deixar de avançar e que conquistas estão em risco; Dilma Rousseff (PT) enumera avanços no seu governo e diz que investimentos em infraestrutura e social vão “aparecer” no segundo mandato; Levy Fidelix (PRTB) diz que vivemos época de incertezas pela inflação, baixo crescimento e insegurança; José Maria Eymael (PSDC) critica inflação e falta de crescimento; O PV apresentou seu candidato Eduardo Jorge, trazendo alguns dos projetos que ele defendeu como deputado estadual e federal; Ruy Pimenta (PCO) diz que não faz promessas eleitorais porque apenas o povo pode conseguir mudanças; Pastor Everaldo (PSC) destaca valor da família forte, e promete mais segurança e menos gastos; e Luciana Genro (PSOL) defende melhores serviços para garantir dignidade da população, e cita o poeta alemão Brecht: “Nada deve parecer impossível de mudar”.

Principais promessas

Pastor Everaldo – Vou cortar na carne, reduzir a máquina do estado ao mínimo necessário. E passarei tudo o que for possível para a iniciativa privada.

Rodada de promessas

Nós compilamos todas as promessas apresentadas pelos presidenciáveis durante o horário eleitoral em áreas como educação, saúde, segurança e economia. Veja aqui.

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Se você chegou até aqui é porque realmente valoriza nosso jornalismo. Conheça e apoie o Programa dos Aliados, onde se reúnem os leitores mais fiéis da Pública, fundamentais para a gente continuar existindo e fazendo o jornalismo valente que você conhece. Se preferir, envie um pix de qualquer valor para contato@apublica.org.

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Truco

Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail truco@apublica.org e por WhatsApp ou Telegram: (11) 99816-3949. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. Desde o dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes