Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Checagem

Renan e composição do governo. Parlamentar em crise!

“Tive a oportunidade de dizer à presidente que considero incompatível a participação do presidente do Congresso nessas conversas para definição de participação do PMDB no governo.” – Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso, em entrevista ao jornal O Globo, na terça-feira (22)

Checagem
25 de setembro de 2015
11:00
Este artigo tem mais de 8 ano
parlamentar azul

Embora Renan Calheiros (PMDB-AL) disse achar incompatível o presidente do Congresso indicar nomes para a reforma ministerial do governo, sua postura não foi a mesma depois da reeleição de Dilma Rousseff no ano passado. Na época, ele se encontrou com a presidente para negociar cargos para o PMDB.

Essas reuniões foram registradas pela imprensa. Nota publicada em 11 de dezembro de 2014 pelo colunista Lauro Jardim, na seção Radar, da Veja, informa que Renan e Dilma haviam se encontrado na noite anterior para acertar os cargos do PMDB no Senado no ministério. Na ocasião, teriam sido discutidos os nomes para as pastas de Minas e Energia e da Integração Nacional.

Um encontro entre Dilma e Renan também é citado em uma reportagem do Estadão, de 12 de dezembro. O texto afirma que “em conversa privada no início da noite”, Renan defendeu que a bancada do PMDB no Senado fosse “contemplada com dois ministérios de peso político, sem apresentar nomes”. Entre os ministérios disputados pelo partido estariam os de Minas e Energia, das Cidades, da Integração Nacional, dos Transportes e do Turismo.

Uma reportagem anterior, de 8 de dezembro, da Folha, menciona também o presidente do Congresso como líder da articulação para negociar uma cota de ministérios para o PMDB. A matéria diz o seguinte: “O PMDB do Senado, tendo Renan Calheiros (AL) à frente, tenta emplacar o senador Eduardo Braga (AM) no Ministério de Minas e Energia ou Secretaria de Portos. O presidente do Senado quer manter sob comando o Ministério do Turismo, hoje ocupado por um apadrinhado seu, Vinicius Lage.”

Lage foi, de fato, mantido no cargo por Dilma até abril deste ano. Ele havia assumido a pasta em março de 2014 e ficou à sua frente durante a Copa do Mundo. Aliado de Renan Calheiros, ele saiu do ministério para dar lugar a Henrique Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara e ligado a Eduardo Cunha. No mesmo dia da sua exoneração, em 16 de abril deste ano, Lage foi nomeado chefe de gabinete da presidência do Senado e passou a trabalhar diretamente com Renan.

Precisamos te contar uma coisa: Investigar uma reportagem como essa dá muito trabalho e custa caro. Temos que contratar repórteres, editores, fotógrafos, ilustradores, profissionais de redes sociais, advogados… e muitas vezes nossa equipe passa meses mergulhada em uma mesma história para documentar crimes ou abusos de poder e te informar sobre eles. 

Agora, pense bem: quanto vale saber as coisas que a Pública revela? Alguma reportagem nossa já te revoltou? É fundamental que a gente continue denunciando o que está errado em nosso país? 

Assim como você, milhares de leitores da Pública acreditam no valor do nosso trabalho e, por isso, doam mensalmente para fortalecer nossas investigações.

Apoie a Pública hoje e dê a sua contribuição para o jornalismo valente e independente que fazemos todos os dias!

apoie agora!

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Truco

Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail truco@apublica.org e por WhatsApp ou Telegram: (11) 99816-3949. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. Desde o dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes