Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Checagem

Ângela e os homicídios entre jovens. Zap!

“Os índices de mortes por armas de fogo são em média duas vezes maiores entre pessoas de 15 e 29 anos”, afirmou Ângela Portela (PT-RR), senadora, no plenário, na segunda-feira (19)

Checagem
20 de outubro de 2015
16:14
Este artigo tem mais de 9 ano
zap f laranja

Os dados usados pela senadora Ângela Portela (PT-RR) estão corretos. De acordo com o Mapa da Violência 2015, divulgado em maio, a taxa de vítimas de homicídios por arma de fogo entre 15 e 29 anos chegou a 47,6 por 100 mil habitantes em 2012 – o pior já registrado desde 1980. Considerado o total da população, o índice de homicídios por arma de fogo foi de 21,9 por 100 mil habitantes. No comparativo entre os dois números, o assassinato de jovens é 2,17 vezes maior – o que se aproxima do que foi dito pela senadora em seu discurso no plenário. Os dados por 100 mil habitantes procuram diminuir o peso do tamanho da população nos comparativos, uma vez que isso pode dificultar a interpretação dos dados.

O Mapa da Violência 2015 mostra ainda que 59,6% das vítimas de homicídios por arma de fogo cometidos no Brasil em 2012 eram jovens de 15 a 29 anos. Segundo o estudo, houve 40.077 assassinatos desse tipo em 2012, nos quais morreram 23.867 jovens. O índice foi 1,5 vezes maior do que o de homicídios entre não jovens no mesmo período analisado. Essas 23 mil mortes superam as 21 mil registradas em 46 conflitos que ocorreram em 2013 em 24 países.

Os cinco estados em que há maior número de assassinatos por armas de fogo na faixa dos 15 aos 29 anos são Alagoas (123,6 por 100 mil), Espírito Santo (91,8 por 100 mil), Ceará (82,9 por 100 mil), Bahia (81,8 por 100 mil) e Paraíba (75 por 100 mil). Os menos perigosos foram Piauí (22,6 por 100 mil), Acre (22,5 por 100 mil), São Paulo (19,3 por 100 mil), Santa Catarina (17,8 por 100 mil) e Roraima (12,2 por 100 mil).

Entre 1980 e 2012, o número de mortos na faixa dos 15 aos 29 anos por arma de fogo cresceu 655,5% no Brasil. Entre a população em geral, o aumento também foi significativo, mas chegou a 556,6%. As fontes das informações usadas para compor o mapa são o Subsistema de Informações de Mortalidade (SIM), os Censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e as estimativas intercensitárias do DataSUS, entre outras.

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Se você chegou até aqui é porque realmente valoriza nosso jornalismo. Conheça e apoie o Programa dos Aliados, onde se reúnem os leitores mais fiéis da Pública, fundamentais para a gente continuar existindo e fazendo o jornalismo valente que você conhece. Se preferir, envie um pix de qualquer valor para contato@apublica.org.

Truco

Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail truco@apublica.org e por WhatsApp ou Telegram: (11) 99816-3949. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. Desde o dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes