Errado, Anastasia: Obras de hospital em Divinópolis seguiram até 2016

Construção foi interrompida após Prefeitura de Divinópolis alegar falta de repasse de verbas, durante o segundo mandato do atual governador Fernando Pimentel

Obras do hospital de Divinópolis Contas Públicas Crise econômica Saúde

Bruno Fonseca, Alexandre Policarpo
3 minutos

“Lamentavelmente, a obra [do Hospital Regional de Divinópolis] está parada há quatro anos; o atual governo [Pimentel] não colocou, aqui, um tijolo” – Antonio Anastasia, candidato a governador de Minas Gerais pelo PSDB, em seu programa eleitoral de TV.

De fato, o Hospital Regional de Divinópolis, cuja construção começou em junho de 2011, está com obra paralisada e sem previsão de conclusão. Contudo, diferentemente do que afirma Antonio Anastasia, a obra teve andamento nos dois primeiros anos do governo de Fernando Pimentel (PT).

Procurada pelo Truco, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) encaminhou os relatórios de monitoramento realizados pela Regional de Saúde de Divinópolis de fevereiro a abril de 2016. Segundo os documentos, nesse período, no qual o governador foi Fernando Pimentel, as obras seguiram “em regime lento”, mas foi montado o sistema de ar condicionado, instaladas portas e janelas de vidro, executado o sistema de drenagem pluvial e instalados o cabeamento na área externa e as chapas nas marquises. Diante disso, o Truco nos Estados – projeto de checagem de fatos da Agência Pública – dá o selo “falso” à afirmação.

Por sua vez, a assessoria de imprensa de Anastasia afirmou que “ao dizer que o governo atual não colocou nenhum tijolo, o candidato usa de uma figura de linguagem para mostrar que a obra em Divinópolis não avançou e não foi concluída”.

Além disso, a assessoria acrescentou que “por meio de convênio com a Prefeitura de Divinópolis, responsável pela construção, o governo de Minas chegou a transferir até 2014 mais de R$ 55 milhões para essa importante obra. Lamentavelmente, o candidato do PT prometeu concluir todos os hospitais regionais, mas não fez”. O candidato não comentou o fato das obras terem continuado até o segundo ano do governo do PT, ao contrário do que afirma seu programa eleitoral.

Município culpa estado

Segundo a Secretaria de Saúde de Minas, as obras do hospital foram paralisadas em 31 de outubro de 2016 – ano também confirmado pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Divinópolis.

A Prefeitura de Divinópolis alega que as obras foram interrompidas porque o estado não garantiu recursos para a conclusão da obra. Foram realizados dois convênios ao todo, gerando um valor total de R$ 79 milhões repassados pela SES-MG, mais cerca de R$ 46 mil em aplicações financeiras.

Do último convênio, cerca de R$ 16 milhões foram repassados para o município, mas ainda não chegaram na construtora responsável pela obra. O novo processo licitatório com outra construtora, feito em dezembro de 2016, foi cancelado pelo município em julho de 2017, que alegou falta de garantia de investimentos do Governo de Minas Gerais.

Sobre isso, a Secretaria Estadual de Saúde salienta o déficit financeiro no qual Minas Gerais se encontra. Informa que, apesar da crise, optou por investir R$ 38 milhões no Hospital João de Deus de Divinópolis – que já estava em funcionamento e corria riscos de fechamento – e que “está se esforçando para honrar os compromissos pactuados, manter suas ações e dar os melhores encaminhamentos possíveis, com a urgência que o tema requer.”

O Hospital tem previsão estimada de 120 leitos para atender 55 cidades mineiras e uma população de 1,2 milhão de habitantes.

Além de Divinópolis, outros nove municípios mineiros têm hospitais regionais sem previsão de entrega, como explicamos nessa checagem.

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