É comum escutar que o Brasil é um país violento. Mas hoje vamos falar nesta animação de violência no campo, que tem tudo a ver com os conflitos por terra.
A gente te chama agora a refletir sobre como a soja e o gado têm a ver com violência, de como o agronegócio, a mineração e a produção de energia podem estar conectados a violentos conflitos por terra e de como a política, com a aprovação da PL da Grilagem ontem na Câmara, amálgama todas essas questões que levam centenas de defensores como Dorothy Stang e Chico Mendes a tombar na defesa da floresta.
Não chega a ser novidade que o campo brasileiro está manchado de sangue e impunidade. São milhares de casos de conflitos na última década. E já sob Bolsonaro, o Brasil registrou os maiores números de conflitos no campo desde 1985, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Para você ter ideia, os dados da CPT referentes a assassinatos em massacres já somam 283 vítimas. De forma geral, 1.993 pessoas foram mortas em decorrência de conflitos no campo entre os anos de 1985 a 2020.
Explicamos agora esse contexto de conflitos e te mostramos como tudo está interligado. A narração é do escritor Itamar Vieira Junior, ele próprio um servidor do Incra há 15 anos e que como geógrafo atua diretamente com questões ligadas à terra, populações tradicionais, trabalhadores do campo e conflitos agrários. “Tudo que aprendi com os camponeses, quilombolas e trabalhadores rurais eu não trocaria por nenhum título acadêmico ou prêmio”, nos disse Itamar numa entrevista sobre o premiado romance Torto Arado (Todavia), que conta a história das irmãs Bibiana e Belonísia em uma fazenda no sertão da Bahia.
O ofício no Incra o aproximou Itamar da comunidade quilombola de Iúna, da Chapada Diamantina, com a qual realizou sua tese de doutorado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).