EP 3 A perseguição é um veneno
Em abril deste ano, Larissa Bombardi, professora da Universidade de São Paulo (USP), pegou os seus dois filhos pequenos e foi se refugiar na Bélgica. A razão? Larissa estava prestes a publicar uma nova pesquisa sobre agrotóxicos. O agrotóxico é um produto químico que mata pestes em plantações agrícolas. “Agora eu posso falar sossegada, agora eu posso mostrar o resultado da pesquisa,” disse Larissa à repórter Mariana Simões depois de ter conseguido se exilar na Europa.
Larissa vem sofrendo intimidações porque as suas pesquisas revelam uma série de problemas que esses produtos causam à saúde. Segundo ela, uma pessoa morre intoxicada com agrotóxico a cada dois dias no Brasil. Ela diz sofrer ataques porque o trabalho dela incomoda uma poderosa indústria que usa estes produtos: o agronegócio.
Neste episódio, do Cientistas na Linha de Frente, mostramos como o agronegócio brasileiro tentou usar um estudo duvidoso para impedir que o paraquate, um dos pesticidas mais letais do mundo, fosse proibido no Brasil. A pressão do mercado para manter produtos como este à venda é tão grande que pesquisadores brasileiros não estudam estas químicas por medo de sofrer represálias. Alguns que se aventuram no tema contam neste programa que são perseguidos e até demitidos por revelarem o mal que os pesticidas fazem à saúde.
Quem está por trás deste episódio:
Direção, roteiro, reportagem e locução – Mariana SimõesMontagem, mixagem, masterização e música tema – Ricardo Terto
História de um camponês– Roteiro e locução Ricardo Terto
Coordenação e edição – Natalia Viana
Apoio – Instituto Serrapilheira
Consultora de Roteiro – Gisele Regatão
Divulgação – Marina Dias, Ravi Spreizner, Tainah Ramos
Ilustração – Catarina Bessell