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A investigação foi feita com apoio do Pulitzer Center

Metade dos presidentes brasileiros desde o fim da ditadura. Quase metade dos atuais governadores dos estados brasileiros. E um quinto dos senadores do país em exercício.

O que todos esses políticos têm em comum? Todos eles têm antepassados diretos que teriam pessoas escravizadas, utilizaram mão de obra escravizada ou atuaram para conter revoltas de pessoas negras e pobres durante o Brasil colonial e no Império.

Essa é a conclusão do Projeto Escravizadores, investigação inédita feita pela Agência Pública, que mapeou os antepassados de mais de cem autoridades brasileiras do Executivo e Legislativo para identificar se havia casos de uso de mão de obra escravizada.

Das 116 autoridades investigadas, ao menos 33 teriam antepassados que tiveram relação com pessoas escravizadas. Muitos dos políticos sequer conheciam seus antepassados ou mantêm relação próxima com a sua linhagem.

Veja abaixo quem são essas pessoas e seus familiares clicando nas imagens.

Ilustração mostra homens de terno e gravata ligados à escravidão através de uma pessoa escravizada algemada a eles

Projeto Escravizadores: 33 autoridades brasileiras têm antepassados ligados à escravidão

Investigação inédita da Agência Pública mostra registros de parentes de políticos atuais com pessoas escravizadas

Ilustração do ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, conhecido como FHC

Tataravô de Fernando Henrique Cardoso teria usado escravizados em corrida por ouro

Por

Coronel teria comandado pessoas escravizadas em expedições como as dos bandeirantes no interior de Goiás e Minas
Ilustração mostra quadro do ex-presidente do Brasil Fernando Collor

Antepassado de Collor teria escravizados em engenho na região do Quilombo dos Palmares

Por

Tataravô do ex-presidente teria usado negros e indígenas para produção de algodão

O Projeto Escravizadores pesquisou a genealogia de todos os presidentes desde o fim da ditadura e todos os atuais senadores e governadores em exercício.

Para traçar essas árvores, foram documentados mais de 200 parentescos.

Na investigação das relações com a escravidão, foram consultados cerca de 500 documentos, entre registros paroquiais e cartorários, jornais antigos em hemerotecas e arquivos públicos, e trabalhos acadêmicos de diversas universidades brasileiras. 

Todos os 33 políticos cujos antepassados teriam relações com a escravidão foram procurados pela Pública e tiveram tempo para avaliar a genealogia e os documentos apresentados e responder à reportagem.

O Projeto Escravizadores quer seguir pesquisando essas conexões. Nosso objetivo é investigar ainda o Judiciário e outras autoridades do Executivo e Legislativo, como os deputados.

Leia todos os detalhes sobre a metodologia aqui.

Equipe

Coordenação: Bianca Muniz, Bruno Fonseca e Mariama Correia
Pesquisa: Bianca Muniz, Leandro Aguiar, Pedro Ezequiel, Ricardo Oliveira (UFPR), Priscilla Cidral (UFPR), Sylvana Kelly Marques (UFPR) e Luiz Demétrio (UFPR)
Reportagens: Amanda Audi, Bianca Muniz, Bruno Fonseca, Darlene Dalto, Leandro Aguiar, Mariama Correia, Pedro Ezequiel, Rafael Custódio e Rafael Oliveira
Entrevistas: Danilo Queiroz e Matheus Santino
Edição: Bruno Fonseca e Mariama Correia
Checagem e follow up: Ana Alice de Lima, Danilo Queiroz, Rafael Oliveira e Rafael Custódio
Revisão histórica: Patrícia Junqueira
Identidade visual: Matheus Pigozzi
Ilustrações: Catarina Bessel e Matheus Pigozzi
Site: Ana Alice de Lima e Raphaela Ribeiro
Desenvolvimento: Babak Fakhamzadeh
Redes Sociais: Fernanda Diniz, Lorena Morgana e Raquel Okamura
Vídeos: Ethieny Karen
Estratégia de divulgação e Aliados: Bruno Penteado, Ester Nascimento, Letícia Gouveia, Marina Dias e Renata Cons
Institucional: Romeu Loreto

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