Buscar
Nota

Malafaia não agenda cultos no Rio no dia de ato em defesa de Bolsonaro

28 de agosto de 2025
12:24

No feriado de 7 de setembro, mesmo dia em que Silas Malafaia convocou manifestações em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) não terá programação em sua sede no Rio de Janeiro, no bairro da Penha, na Zona Norte, segundo a agenda oficial. O líder evangélico convocou apoiadores para um ato em defesa de Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo, às 15h. 

O hiato no calendário da pentecostal também ocorre em uma semana decisiva para o cenário político brasileiro: Jair Bolsonaro e outros réus serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, que resultou nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. O julgamento acontece nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em Brasília, pela 1ª Turma do STF.

Procurada pela Agência Pública, a ADVEC não se manifestou até a publicação desta entrelinha.

Em 20 de agosto, o líder religioso foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), a mando do ministro Alexandre de Moraes, no pacote de investigações sobre a trama golpista que envolve o ex-presidente Bolsonaro. 

Na ocasião, o pastor foi interceptado pelos agentes da PF, enquanto desembarcava no aeroporto do Galeão, no Rio, após uma viagem à Lisboa, em Portugal. Malafaia teve o celular e o passaporte apreendidos, além de ser impedido de estabelecer contato com outros investigados na trama golpista. Moraes também vetou o diálogo com Jair e Eduardo Bolsonaro, mesmo que seja por intermédio de outras pessoas. 

Segundo o portal Uol, em sua primeira pregação após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, o pastor disse não temer a prisão e comparou o ministro Alexandre de Moraes à Gestapo, a polícia política da Alemanha Nazista. 

Malafaia e Bolsonaro: uma relação estratégica

A relação entre Malafaia e Jair Bolsonaro é estratégica, marcada por apoio mútuo e também rupturas. Desde as eleições de 2018, o líder da Assembléia de Deus se tornou o intermediador entre os fiéis evangélicos e a agenda bolsonarista, e usa o seu poder religioso para atrair e manter apoiadores do ex-presidente. 

Os desgastes entre os dois aliados começaram a aparecer, quando o pastor criticou a participação de Jair Bolsonaro nas eleições municipais de 2024. O religioso classificou o ex-presidente como “omisso” e “covarde”, ao não demonstrar apoio claro ao então candidato Ricardo Nunes (MDB), mas flertar com a candidatura de Pablo Marçal (PRTB). 

No entanto, o pastor nunca deixou de demonstrar apoio político a Bolsonaro. Em entrevista ao portal Metrópoles, Malafaia classificou a possibilidade de condenação como “covardia”. “Não vai dar para Alexandre de Moraes calar a direita”, disse o líder religioso sobre a medida que proibiu o ex-presidente de utilizar as redes sociais. 

Edição:
Reprodução

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Se você chegou até aqui é porque realmente valoriza nosso jornalismo. Conheça e apoie o Programa dos Aliados, onde se reúnem os leitores mais fiéis da Pública, fundamentais para a gente continuar existindo e fazendo o jornalismo valente que você conhece. Se preferir, envie um pix de qualquer valor para contato@apublica.org.

Vale a pena ouvir

EP 1 Por uma ruptura civilizacional | Esquenta pra COP30

Para conter o aquecimento global é preciso abandonar fósseis. Mas muitos interesses vão na direção oposta

0:00

Notas mais recentes

Votos da base aliada de Lula garantiram aprovação da PEC da Blindagem na Câmara


Oposição tenta pautar anistia após condenação de Bolsonaro e STF julga perdão do Carandiru


Mundurukus vivem medo de barragem após sobe e desce incomum de rio e morte de bichos no PA


Bolsonaristas distorcem falas de Fux para viralizar cortes do voto do ministro


STF conclui julgamento de Bolsonaro e mais 7 por golpe e Lula aciona Brics sobre tarifaço


Leia de graça, retribua com uma doação

Na Pública, somos livres para investigar e denunciar o que outros não ousam, porque não somos bancados por anunciantes ou acionistas ricos.

É por isso que seu apoio é essencial. Com ele, podemos continuar enfrentando poderosos e defendendo os direitos humanos. Escolha como contribuir e seja parte dessa mudança.

Junte-se agora a essa luta!

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes