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Sem anistia: em ato de 2 anos do 8/1, militância pede responsabilização de golpistas

8 de janeiro de 2025
16:56

Às 10h15 do ato que marca os dois anos após a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, já havia pessoas vestidas de vermelho espalhadas pela Praça dos Três Poderes. O presidente Lula (PT) só iria ao local às 12h e o acesso de carros à Esplanada estava fechado havia mais de uma hora, o que não impediu a chegada antecipada dos que queriam participar do “abraço à democracia”. O local foi palco de ataques de bolsonaristas que queriam a manutenção no poder de Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições de 2022.

  • Cerimônia em defesa da Democracia, no Palácio do Planalto, no aniversário de dois anos da invasão de 8 de janeiro
  • Cerimônia em defesa da Democracia, no Palácio do Planalto, no aniversário de dois anos da invasão de 8 de janeiro

Com um microfone, uma mulher pedia que apoiadores não causassem tumulto quando Lula aparecesse. O local estava com segurança reforçada, cercado por grades e policiais federais. Em novembro do ano passado, foi naquele mesmo local que um homem explodiu bombas e a si mesmo em protesto contra as ações das autoridades em reação à tentativa de golpe do 8 de janeiro. O clima de celebração contrastava com a tensão de alguns dos profissionais de segurança que monitoravam a área.

Bebel Mendonça, mulher trans de mais de 60 anos, foi ao local vestida de vermelho, cor do Partido dos Trabalhadores. “Vim para não permitir que se tenha anistia, porque lugar de golpista é na cadeia, e para prestigiar o presidente Lula”, disse. Domani Teixeira, por outro lado, decidiu comparecer ao ato vestida de verde e amarelo. “Eu estou aqui para resgatar a bandeira do Brasil, que é a bandeira que pertence aos brasileiros, que pertence à democracia e pertence a quem luta por um Brasil melhor para todas as pessoas”, afirmou. 

Para a professora aposentada Ivonette Santiago, que “estava sentindo falta de povo na rua”, a mobilização superou sua expectativa. “Fui da geração que teve grandes mobilizações no país”, explicou, ao dizer que começou sua luta política em 1966, contra a ditadura militar. “Relembrar significa nunca mais acontecer”, disse Santiago. “Eu acho muito importante que a gente que defende a democracia abra espaço para se manifestar, porque sem democracia nós estaríamos hoje vivendo o pior dos mundos”, completou o também professor aposentado Paulenir Constâncio. 

Abraço à democracia

“Um ato de defesa da democracia brasileira, mesmo que tiver um só cara, uma só pessoa em uma praça pública, num palanque, falando em democracia, já é o suficiente para a gente acreditar que a democracia vai reinar nessa casa”, disse o presidente Lula, em seu discurso no Palácio do Planalto.

Na ocasião, foram devolvidas ao palácio obras de arte que haviam sido destruídas durante os ataques do 8 de janeiro, após restauração. O evento principal teve como lema “democracia fortalecida” e contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), representantes da Câmara e do Senado, além da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, do presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, e do ministro Alexandre de Moraes – mais aplaudido que Lula no momento em que foi apresentado. 

Após a execução do hino nacional, a plateia explodiu em gritos de “sem anistia”, um pedido pela responsabilização dos mandantes e executores da tentativa de golpe de Estado.

“Ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens, de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer alto e bom som ditadura nunca mais, democracia sempre”, finalizou Lula. 

Edição:
Lula Marques/ Agência Brasil
Ricardo Stuckert / PR
Lula Marques/ Agência Brasil

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