Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Artigo

| De olho | Votações ameaçam causar impacto de R$ 36,7 bilhões nos cofres públicos

Eduardo Cunha deve colocar em pauta projeto de lei complementar que trata do Supersimples

Artigo
28 de agosto de 2015
09:53
Este artigo tem mais de 9 ano

Saiba o que vai acontecer no Congresso nesta semana

A semana que passou foi tranquila para a presidente Dilma Rousseff quanto à “pauta-bomba” do seu autodeclarado oposicionista presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mas os próximos dias de atividade legislativa podem revelar a impermeabilidade da situação política, com possíveis aprovações de medidas que levam a um rombo de R$ 36,7 bilhões aos cofres públicos.

O peemedebista deve colocar para apreciação do plenário projeto de lei complementar (25/2007) que trata do Supersimples. O dispositivo modifica o Estatuto da Micro e Pequena Empresa e ajusta os valores para enquadramento no regime tributário do Supersimples, de R$ 360 mil para R$ 900 mil (receita bruta por ano), para microempresas, e de R$ 3,6 milhões para R$ 14,4 milhões (receita bruta por ano) para pequenas empresas.

O texto também estabelece a criação da Empresa Simples de Crédito, em que investidores podem aplicar recursos diretamente em pequenos negócios, uma forma de aumentar o volume de crédito disponível às micro e pequenas empresas. O Ministério do Planejamento calculou que, se a medida for aprovada, o aumento da faixa de concessão causará um impacto de R$ 11 bilhões na arrecadação.
O veto presidencial sobre reajuste salarial de 56% ao Judiciário também deverá ser votado. As Casas legislativas devem se juntar para apreciar o veto que, se derrubado, irá desfavorecer o ajuste fiscal do governo, pois resultará em um rombo de R$ 25,7 bilhões às contas públicas.

Uma medida que poderia amenizar os possíveis efeitos de itens aprovados na “pauta-bomba” aguarda na fila do Senado. Adiada pela terceira vez consecutiva, prevê-se a votação de projeto de lei que pretende repatriar dinheiro remetido ao exterior sem a devida declaração à Receita Federal. Estima-se que o total não declarado no exterior chegue a US$ 200 bilhões, dez vezes mais do que o governo espera angariar com as medidas do arrocho fiscal.

Também deverão entrar na pauta da Casa legislativa propostas compreendidas pelo Pacto Federativo. Estão prontas para apreciação medidas provisórias que criam os fundos de custeio (compensatório e de infraestrutura) e matéria que estabelece alíquotas de ICMS nas operações e prestações interestaduais. O assunto sempre reacende a discussão sobre a competição entre estados e municípios – a já mencionada guerra fiscal – e a distribuição de nacos do bolo tributário concentrado nas mãos da União.

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Se você chegou até aqui é porque realmente valoriza nosso jornalismo. Conheça e apoie o Programa dos Aliados, onde se reúnem os leitores mais fiéis da Pública, fundamentais para a gente continuar existindo e fazendo o jornalismo valente que você conhece. Se preferir, envie um pix de qualquer valor para contato@apublica.org.

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes