O que um aplicativo chamado Cocôzap, um site conhecido por receber vazamentos e uma empresa que aposta em Podcasts desde antes de virar moda têm em comum? São expoentes de uma nova geração de jornalistas e comunicadores que apostam na inovação como ponto de partida essencial para seu trabalho. E vão se encontrar, pela primeira vez, no Festival 3i de jornalismo inovador, inspirador e independente, que acontece no Rio de Janeiro nos dias 18, 19 e 20 de outubro.
A ideia do festival é reunir as pessoas criativas que estão pensando nas soluções, e não nos problemas, do jornalismo de hoje em todo o continente. E por trás dessa ideia está a visão de 13 organizações que estão se destacando no jornalismo digital brasileiro de que os desafios enfrentados nesse novo caminho ainda não chegaram às faculdades ou aos congressos de jornalismo. Clique aqui para comprar seu ingresso para o Festival 3i.
Um email enviado por uma estudante de jornalismo do Rio de Janeiro resume: “Há poucos conteúdos na graduação sobre jornalismo digital e entendo que é de extrema importância para a minha formação profissional”. A reflexão é verdadeira não só pra quem está estudando, mas pra quem quer conhecer aqueles que estão inventando como será o jornalismo no futuro.
O line-up do Festival, na sua segunda edição, é impressionante. Uma das convidadas é Giannina Segnini, jornalista da Costa Rica responsável entre outras coisas, pela condenação à prisão de dois ex-presidentes do seu país, e que hoje é diretora da unidade de dados da Universidade de Columbia. No festival, ela vai debater com Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, e Marcel Gomes, da Repórter Brasil, sobre como os dados e vazamentos podem ajudar as investigações de impacto. Na mesa seguinte, a jornalista Maria Teresa Ronderos vai se juntar ao jornalista especialista em dados e agora estrela do Podcast “Foro de Teresina” José Roberto Toledo sobre como e para quê servem as colaborações entre jornalistas, entre veículos e entre diferentes países, mais uma tendência inescapável do jornalismo investigativo. Os dois terão a companhia da premiada jornalista Kátia Brasil, do site Amazônia Real, que cobre com afinco os problemas da região que hoje atrai atenção do mundo todo.
Outras mesas vão discutir como chegar melhor às audiências, como aliar tecnologia com os programas de apoio de leitores e como fazer as redações mais diversas em um mundo que cada vez mais pede diversidades de olhares e de pautas. Destaco Darryl Holliday, do projeto City Bureau de Chicago, que cobre as comunidades minoritárias naquela cidade, e Pedro Borges, do Alma Preta, especializado na temática racial aqui em São Paulo.
Para falar de tipos de financiamento, o Festival vai receber ninguém menos que Janine Warner, uma das idealizadoras do Velocidad, a primeira aceleradora de start-ups de jornalismo na América Latina, e Thiago Barra, do Cappra Institute for Data Sciences, que usa dados para entender como a audiência interage com o jornalismo e como monetizar esse interesse.
O Nexo, que em breve vai lançar uma nova revista digital que promete chacoalhar o mercado, a Gama, vai mediar uma mesa sobre como engajar a audiência com Millie Tran, editora de plataformas do The New York Times e também de offline, e Danisbel Gómez, do site venezuelano Efecto Cucuyo, que promove encontros cara a cara com a comunidade de emigrantes venezuelanos exilados em diversos países do continente.
Startups do Brasil todo e transição digital marcam as atrações dos intervalos
A uma semana do Festival, anunciamos uma série de atrações extra que terão espaço nos intervalos, promovidos pelos parceiros Google News Initiative e Facebook Journalism Project.
Os desenvolvedores do Cocôzap, um aplicativo que rastreia, no Rio de Janeiro, áreas que não são atendidas pelo saneamento básico, vão estar lá, assim como a produtora Gato Mídia, que faz vídeos em 360º sobre a vida nas favelas do Rio. Além deles, o Fiquem Sabendo, uma agência especializada em pedidos pela Lei de Acesso à Informação, e uma agência de dados de Alagoas, a Agência Tatu, estarão no Espaço Google News Initiative, disponíveis para conversas e trocas durante o Festival. A curadoria foi feita pela Énois.
Ali do lado, no Espaço Facebook Journalism Project, os participantes do festival vão poder conhecer de perto a transição digital do Estadão, jornal centenário, o trabalho de jornalismo comunitário da Agência Mural, e a visão do novíssimo projeto Uol Mov, que aposta em vídeos para se comunicar com o público mais jovem.
Com um line-up diverso de iniciativas surpreendentes, o Festival 3i chega para celebrar o que está mais que claro: estamos vivendo um “boom” de criatividade no jornalismo digital brasileiro. Só não vê (e só não vai no 3i conhecer essa ebulição de ideias) quem não quer.