Não há dados que comprovem a frase do parlamentar. A Polícia Federal e o Ministério da Justiça disseram não poder se pronunciar sobre o número de brasileiros cooptados pelo Estado Islâmico. Isso porque não existem dados públicos sobre o assunto.
A denúncia de que jovens estavam sendo cooptados pelo grupo terrorista surgiu em uma reportagem do Estadão, publicada em março. A matéria cita relatórios secretos em que órgãos de inteligência teriam detectado algumas essas tentativas. O texto diz que dez brasileiros teriam aderido à organização. Uma audiência foi convocada na Câmara para debater o assunto em maio, mas a discussão acabou se concentrando no projeto que tipifica o crime de terrorismo.
No final do ano passado, outra reportagem, do Fantástico, alertou para o tema. Em um longo depoimento, uma mãe contou que seu filho, de 21 anos, se juntou ao Estado Islâmico. A família, contudo, vive na Bélgica há 24 anos. O rapaz, que também tem cidadania belga, teria sido cooptado na Europa.
O deputado Alberto Fraga não revelou a fonte da sua afirmação ao ser procurado pelo Truco no Congresso. “Basta entrar no Google para ver que a propaganda do Estado Islâmico é livre. Estou falando que o nosso jovem é muito procurado em virtude de algumas células que já foram identificadas em Foz do Iguaçu e algumas cidades da região do Paraná. E em cima de informações que eu não posso revelar de onde são”, disse. “As informações que a gente tem são sigilosas, não podem ser reveladas.” Ele afirmou, porém, não ter lido dados comparativos entre o número de jovens brasileiros cooptados e de outros países.