Apesar de elevada, não existem dados atualizados que permitam afirmar que o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo. O Banco Central, por exemplo, monitora apenas 13 economias, todas com índices inferiores ao brasileiro.
O estudo citado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), publicado em julho pela consultoria MoneYou, comparou somente as 40 maiores economias globais. Como a Organização das Nações Unidas (ONU) tem 193 membros, o universo analisado representa apenas 20,7% do planeta. Nesse grupo, que é limitado, o Brasil apresenta as mais elevadas taxas de juros reais. Consideradas as taxas de juros nominais – que não levam em conta a inflação –, o Brasil cai para o terceiro lugar da lista, atrás da Argentina e Venezuela.
Segundo os dados mais recentes do Banco Mundial, relativos a 2014, o Brasil teve a terceira maior taxa de juros reais entre 110 países pesquisados, atrás de Madagascar e da Líbia – mesma posição do ranking de 2013, quando foram monitoradas 127 economias. Apesar de ser mais completo, o levantamento também não é abrangente o suficiente para incluir todos os membros da ONU.
Definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a taxa Selic corresponde aos juros nominais da economia brasileira e serve de base para estabelecer outros índices, como aqueles cobrados em empréstimos bancários. Em 30 de julho, a Selic atingiu o maior valor desde 2006, 14,25%.