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Em telegrama, Crimmins expressa preocupação com as repetidas visitas de americanos de alta patente para o Brasil em curto intervalo de tempo

Reportagem
8 de abril de 2013
11:29
Este artigo tem mais de 11 ano

“Acho que a programação futura está realmente exagerada. Nós não estamos apenas barateando o valor de tais visitas, como também estamos apresentando um caráter militar muito forte para nosso relacionamento”.

Essa era a opinião de John Crimmins, embaixador dos Estados Unidos no Brasil, em telegrama de 26 de dezembro de 1973 ao Departamento de Estado, que estava mandando muitos militares de alta patente para o Brasil. Gastando munição diplomática à toa.

A agenda de 1974 para o Brasil previa a visita do general Brown (George Scratchley Brown, então chefe das Forças Aéreas) e do general Rosson (William Bradford Rosson, chefe na época do Comando Sul dos Estados Unidos). Também se sondava a vinda do general Abrams (Creighton Abrams, Chefe do Estado Maior do Exército dos Estados Unidos e comandante das operações militares no Vietnã), e do general Cushman (então Comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, Robert Everton Cushman).

No telegrama, Crimmins argumenta que os oficiais da Marinha brasileira “não são tão importantes no esquema militar das coisas aqui” e lembra que Cushman já havia visitado o país meses antes. “Admito que ele foi convidado a nos visitar, mas certamente os convites já foram recusados educadamente antes, e não tenho nenhuma objeção em remarcar a visita de Cushman para 1975”, escreve o embaixador.

Além disso, o Departamento de Estado estaria apressando as coisas, já que a “nova equipe militar da administração de Geisel não assume até meados de março e, para maximizar a utilidade das visitas, nós deveríamos dar à equipe um modesto tempo para colocar seus pés coletivos no chão”, afirma Crimmins no telegrama.

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