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Protesto pressiona ministério por queimadas no agronegócio, e não é o do Meio Ambiente

20 de setembro de 2024
18:30

Na tarde desta sexta-feira (20), manifestantes se reuniram em frente ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília, para exigir respostas imediatas do governo às queimadas que assolam o país. Segundo Ana Terra, uma das organizadoras do Jovens pelo Clima Brasília (JPC), ligado ao Fridays for Future, a escolha do Mapa como local de protesto “foi estratégica”. O motivo, segundo ela, é que grande parte das queimadas ocorre em propriedades privadas ligadas ao agronegócio, setor regulado e incentivado por políticas do próprio ministério.

Durante o protesto que reuniu aproximadamente 150 pessoas, foi realizada a leitura de um manifesto no qual se destacou que o Ministério do Meio Ambiente não deve ser o único responsável pela preservação ambiental no país. Segundo o documento, a proteção dos biomas e o combate às mudanças climáticas exigem uma ação coordenada e intersetorial, envolvendo outras pastas governamentais, como o Mapa, além de esforços conjuntos com estados, municípios e a sociedade civil. O manifesto enfatiza que, sem essa ampla articulação, as medidas adotadas serão insuficientes para enfrentar os desafios ambientais atuais.

  • Manifestantes do movimento Jovens pelo Clima Brasília e Fridays for Future durante ato em frente ao Ministério da Agricultura para exigir respostas do governo às queimadas
  • Manifestantes do movimento Jovens pelo Clima Brasília e Fridays for Future durante ato em frente ao Ministério da Agricultura para exigir respostas do governo às queimadas
  • Manifestantes do movimento Jovens pelo Clima Brasília e Fridays for Future durante ato em frente ao Ministério da Agricultura para exigir respostas do governo às queimadas

“Precisamos agir agora, o futuro não demora, e nós não podemos demorar. Se as consequências são sentidas agora, também temos de atuar agora para mudar a nossa situação. Se o problema é um agronegócio sistematizado, que prejudica o meio ambiente em favor da exportação de commodities, então lancemos mão da agricultura familiar, fortaleçamos práticas agrícolas sustentáveis e não exploratórias”, disse o JPC em manifesto.

Na leitura, os manifestantes destacaram a simbologia do ipê, uma árvore típica do cerrado que, mesmo com toda sua capacidade de florescer em tempos de seca, está ameaçada pelas mudanças climáticas. Através da metáfora, eles protestaram que a crise climática se intensifica por práticas como o desmatamento e queimadas, “muitas vezes promovidas pelo próprio agronegócio, setor que deveria ser regulado com maior rigor pelo Ministério da Agricultura”.

No âmbito do Distrito Federal, os protestos focaram em questões específicas, como a implementação e revisão do Plano de Adaptação Climática e a construção do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) com a participação popular, priorizando o combate ao racismo ambiental. Além disso, pedem punição para os responsáveis pelas queimadas na Floresta Nacional de Brasília.

Um aluno de 13 anos, presente no ato, expressou sua frustração pelas recentes queimadas que atingiram Brasília na última semana. “Eu não vejo ninguém da minha idade por aqui. “Essa é uma pauta atual que precisamos trazer. Na escola, enfrentamos isso. Por exemplo, havia muita fumaça na minha escola, as aulas não foram suspensas e não havia máscaras para ninguém.”

O movimento Jovens pelo Clima Brasília, ligado ao Fridays for Future, lidera a mobilização na capital federal. O grupo busca chamar atenção para a urgência das ações climáticas, alertando que o descaso com o meio ambiente compromete não apenas o futuro, mas também o presente das gerações atuais.

Edição:
Guilherme Cavalcanti/Agência Pública
Guilherme Cavalcanti/Agência Pública
Guilherme Cavalcanti/Agência Pública
Guilherme Cavalcanti/Agência Pública

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