Buscar

A Embaixada da Etiópia no Reino Unido emitiu um comunicado rejeitando as alegações.

Reportagem
9 de novembro de 2011
10:55
Este artigo tem mais de 12 ano

Em resposta à reportagem do Bureau of Investigative Journalism, parceiro da Pública – que foi realizado conjuntamente com a BBC inglês – a Embaixada da Etiópia no Reino Unido emitiu um comunicado de imprensa rejeitando as alegações.

Leia os principais trechos:

“O momento em que esta investigação é apresentada só ajuda a infligir danos maiores aos que já estão sofrendo com a pior seca de 60 anos em nossa região.

As alegações mais graves no programa, piamente refutadas pelo governo, foram expressas pela Frente de Libertação Nacional de Ogaden (FLNO) e pela Frente de Libertação de Oromo (FLO), designados pelo Parlamento da Etiópia como grupos terroristas. Os dois grupos são filiados à Al Shabab e à Al Qaeda. Nada disso foi mencionado no filme.

A FLNO admitiu ter matado 74 cidadãos etíopes e trabalhadores chineses na instalação de petróleo de Abole em abril de 2007. O porta-voz da FLNO falou  com orgulho sobre o assunto no canal de televisão Al Jazeera. Apesar do produtor da BBC ter garantido que esses fatos seriam incluídos no program, eles não foram.

A vasta maioria da população da região não apóia a FLNO porque eles conhecem bem a política do grupo de destruir a infra-estrutura de desenvolvimento e atacar as comunidades que não os apoiám.

A BBC afirmou diversas vezes durantre o programa de que ele  foi feito “clandestinamente”. Mas dezenas de equipes de filmagem visitam a Etiópia todo mês. O próprio correspondente da BBC, Mike Wooldridge, estava na Etiópia há três semanas para cobrir uma semana da seca na região de Ogaden.

É lamentável que a BBC tenha deixado de considerar o contexto – o extenso leque de direitos de que a maioria da população etíope agora usufrui, como a educação; saúde; água potável; o aumento da produção agrícola – e esquemas de micro-crédito para incentivar pequenas e médias empresas, para mencionar apenas alguns dos direitos implantados.

O governo etíope bravamente refuta a alegação de que existe uma política ou uma prática de execuções extrajudiciais, de prisões arbitrárias e de torturas de rotina executadas por policiais, carcerários e outros oficiais ligados aos serviços de segurança e militar.

A Força de Defesa Nacional Etíope já ganhou os corações e as mentes da população da região de Ogaden, uma vez que garantem sempre em suas acções contra os espólios que não prejudicarão de nenhuma forma a vida pacífica do povo da região.

A polícia etíope e outros serviços de segurança são igualmente bem treinados e disciplinados. Não há nenhuma evidência, além das acusações falsas da ONLF e de algumas ONGs internacionais de reputação duvidosa, de que a tortura e outros tratamentos desumanos são sistematicamente usados para extrair confissões.

A reivindicação de que a ajuda está sendo negada  a partidários da oposição são fortemente negadas, não apenas pelo governo etíope, mas pelo Grupo de Doadores de Assistência (DAG), um consórcio de 26 países doadores e de organizações internacionais como o Banco Mundial, com base em Adis Abeba, depois de ter sido feitas investigações aprofundadas.

A Etiópia tem um sistema judiciário independente que é respeitado em todo o continente africano e fora dele. Os réus são tratados de acordo com a lei e o devido processo legal é observado. As prisões da Etiópia são submetidas a inspecções regulares por organismos independentes”.

Parte 1: Ajuda internacional financia brutalidades na Etiópia 

Parte 2: Reinado de terror no centro de detenção de Maikelawi

Parte 3: Ajuda financeira é usada como arma política no sul da Etiópia

Parte 4: As vozes dos torturados

 

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes