A análise feita pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), está errada. A aprovação da presidente Dilma Rousseff não subiu na última pesquisa CNI/Ibope sobre a avaliação do governo. Além disso, não se pode adicionar o porcentual de pessoas que classificaram a administração de Dilma como regular ao porcentual das que qualificaram o governo como ótimo/bom.
A categoria “regular” é considerada neutra, ou seja, não é positiva nem negativa. Isso porque a avaliação de governo feita pelo levantamento CNI/Ibope usa a escala Likert no questionário. O método, um dos mais adotados em pesquisas desse gênero, geralmente traz cinco tipos de respostas: duas positivas (ótimo e bom), uma neutra (regular) e duas negativas (ruim e péssimo). Com isso, garante-se o equilíbrio na manifestação da opinião dos entrevistados. O resultado ficaria distorcido se houvesse três itens positivos e dois negativos, por exemplo, ou três negativos e dois positivos. Por esse motivo, o “regular” não pode ser somado a nenhum dos polos.
Os números da pesquisa também não apontam mudanças em relação ao levantamento anterior que permitam dizer que a aprovação de Dilma subiu, como afirmou o parlamentar, ou caiu. Isso porque as variações que ocorreram ficaram dentro da margem de erro, de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A avaliação do governo como ótimo/bom passou de 9%, em junho, para 10%, em setembro. Já o porcentual dos que acham a administração ruim/péssima foi de 68% para 69%. Os que acham o desempenho regular mantiveram-se em 21%.