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Canal do presidente recomenda youtubers que lucraram com acesso privilegiado ao governo e minimizam a pandemia

Reportagem
5 de janeiro de 2021
11:22
Este artigo tem mais de 3 ano

Quem assiste ao canal oficial de Jair Bolsonaro no YouTube pode ser levado a vídeos de apoiadores do presidente que disseminam desinformação sobre a pandemia de coronavírus, publicam conteúdos contra as instituições e são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por associação a atos antidemocráticos.

Essa é a conclusão de um levantamento da Agência Pública a partir dos dez vídeos com mais visualizações do canal do presidente em 2019 e 2020. Juntos, esses vídeos somam mais de 10 milhões de visualizações e cerca de 907 mil curtidas. 

Fora o próprio perfil de Bolsonaro, o principal canal associado a vídeos do presidente é o do portal Folha Política, que pertence a Ernani Fernandes Barbosa Neto, investigado em inquérito do STF que apura a organização de atos antidemocráticos.

Um dos vídeos do canal que é sugerido a quem assiste a conteúdos do presidente tem como título: “Bolsonaro alerta Alexandre de Moraes: ‘Ontem quase tivemos uma crise institucional. Faltou pouco’”. O vídeo mostra parte de um pronunciamento de Bolsonaro em frente ao Palácio do Planalto no qual ele critica duramente decisões do STF, em especial o impedimento da nomeação de Alexandre Ramagem, amigo próximo do presidente, para a direção da Política Federal.

Além do Folha Política, outros sete canais investigados pelo STF estão entre as recomendações do YouTube através de vídeos de Bolsonaro.

O Foco do Brasil, alvo de inquérito que apura a organização de manifestações contra as instituições democráticas no país, foi recomendado seis vezes em três dos vídeos mais visualizados do presidente. 

Já o Vista Pátria foi indicado cinco vezes em quatro vídeos do perfil de Bolsonaro. O canal pertence a Allan Frutuoso, denunciado à CPMI das Fake News como parte de um esquema que cria e replica campanhas de ódio. Em um dos vídeos recomendados, publicado em 2019, o youtuber elogia o pronunciamento do dia 24 de março de Jair Bolsonaro em rede nacional, quando o presidente criticou a imprensa profissional, chamou a Covid-19 de “gripezinha” e defendeu a volta à normalidade. 

O Terça Livre TV, canal de Allan dos Santos, também é recomendado através do YouTube do presidente. “É lógico que governo comprará vachina da China, diz Mourão”, é o título de um dos três vídeos do Terça Livre TV. Allan dos Santos é investigado por participação na organização dos atos antidemocráticos e também no inquérito sobre fake news.  

Os canais Giro de Notícias, Te Atualizei, Ravox Brasil, Bernardo Küster e Vlog do Lisboa também tiveram conteúdos recomendados nos vídeos do presidente. Todos eles são investigados ou foram denunciados em esquemas de desinformação e linchamentos virtuais. Adilson Nelson – dono do Ravox Brasil –, Alberto Silva – do Giro de Notícias –, e Fernando Lisboa são acusados de participação em atos antidemocráticos. Já Bárbara Zambaldi – do Te Atualizei – e Küster são investigados no inquérito sobre fake news.

A youtuber pontuou à reportagem que seu canal não foi citado no inquérito, apenas sua conta de Twitter. Em depoimentos à Polícia Federal, os responsáveis pelos canais investigados por associação a atos antidemocráticos negaram ter compartilhado vídeos com informações falsas ou que incitassem animosidade das Forças Armadas contra as instituições democráticas. 

À Pública, Alberto Silva disse não ter tido acesso aos autos do inquérito e questionou “do que se trata esse tal antidemocrático?”. O youtuber ainda negou que seu canal tenha algum vínculo com Jair Bolsonaro atribuindo as recomendações ao algoritmo do Youtube, mas reiterou o apoio ao presidente. “Somos de direita e apoiamos a conduta do atual presidente da República.”

A lista dos canais mais recomendados pelo YouTube do presidente inclui mais cinco canais bolsonaristas, não investigados: LiloVlog, Daniel Lopez, Valeria Bernardo – Deep State V, Luiz Viajante Bolsonaro 2022 e Conhecendo os 2 Lados da Moeda. Há ainda o canal do youtuber Leudo Costa, o CristalVox. Ele chegou a pedir voto para Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 e participou da cobertura da posse presidencial, mas hoje tece críticas ao presidente. 

A reportagem questionou os canais mais recomendados sobre a associação de seus vídeos com os do presidente, mas apenas o responsável pelo canal CristalVox respondeu. O youtuber afirmou que “o CristalVox não tem nenhuma relação pessoal ou profissional com o presidente ou com membros do seu governo” e atribui a associação de seu canal ao do presidente aos algoritmos do YouTube. “Em um determinado momento ‘sonhei’ com a base de inscritos de Bolsonaro. Porém, quando descobri que tudo era movido por empresas especializadas, me recolhi”, conta. Hoje, por ser um “aliado crítico”, como ele mesmo se caracteriza, Costa disse que tem perdido seguidores. 

Canais da imprensa também foram recomendados pelo YouTube em associação a vídeos do presidente. O da CNN Brasil foi sugerido 19 vezes nos dez vídeos mais vistos de Bolsonaro. Conteúdos da rádio Jovem Pan, da Bandeirantes e da emissora Record também tiveram destaque. 

Poucos canais com posicionamento contrário ao presidente ficaram entre os mais recomendados. Uma das exceções é a TV 247 – canal do site Brasil 247, que foi o quinto mais recomendado em vídeos do presidente. 

Bolsonaro recomenda pessoalmente canais investigados pela Justiça

O endosso de Bolsonaro a canais investigados pelo STF não vem somente do sistema de recomendação da plataforma – que é automático e de responsabilidade do YouTube. Em maio, o presidente recebeu alguns “youtubers de direita” no Alvorada. Entre os convidados, estavam Bárbara Zambaldi, do Te Atualizei, e Allan Frutuoso, do Vista Pátria. 

O presidente Jair Bolsonaroem em encontro com os youtubers no Palácio da Alvorada

Questionada, Bárbara disse que o presidente nunca “recomendou diretamente” seu canal. À reportagem, ela contou que Bolsonaro republicou um vídeo do Te Atualizei que mostra a carreata Profetiza BH. Ela não aparece no vídeo. Em um segundo momento, “depois de quase ajoelhar no milho”, ela entrevistou o presidente para seu canal e ele compartilhou o link para a entrevista em suas redes sociais. Zambaldi ainda negou ter qualquer contato ou relação com membros do governo. “Essa associação não existe. Mas quem sabe um dia, né? Sonhar é de graça. Seria muito bom ter alguém que pudesse nos atender para tirar dúvidas sobre as coisas que são divulgadas pela grande mídia”, disse. Frutuoso não respondeu à reportagem.

Além dos youtubers convidados pelo presidente em maio, Anderson Rossi revelou em depoimento à Polícia Federal que seu canal, Foco do Brasil, recebe vídeos exclusivos do presidente, diretamente do assessor da presidência Tercio Arnaud Tomaz. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o canal possui acesso a áreas restritas do Palácio da Alvorada, nas quais a imprensa profissional é barrada. À Pública, porém, afirmou que não possui nenhuma relação com o presidente ou membros do governo. 

Um dos vídeos do Foco do Brasil recomendados para quem assiste ao canal do presidente é “Presidente Jair Bolsonaro aparece de surpresa e faz convite inesperado aos apoiadores no Alvorada!”. A imprensa não está presente. O canal tem exclusividade das imagens do momento no qual Bolsonaro, sem máscara durante a pandemia de Covid-19, interage com seus apoiadores com abraços e fotos. 

O Foco do Brasil, que tem mais de 2,3 milhões de inscritos, veiculou anúncios da campanha da reforma da Previdência e de campanha contra a violência doméstica do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, mesmo que em sua descrição afirme não receber dinheiro de “políticos, empresários ou quem quer que seja”.

De acordo com o canal, a recomendação a partir dos vídeos de Bolsonaro se dá em função da semelhança temática e eles não possuem “nenhuma ingerência sobre isso”. “O canal Foco do Brasil tem o objetivo principal de publicar notícias sobre o presidente da República e seu governo.” Afirmaram também que sofrem “perseguição e opressão” por publicar “notícias positivas, indo na contramão da mídia tradicional”; e que a associação ao inquérito dos atos antidemocráticos se deu por um “equívoco”. “Nunca financiamos manifestações, atos ou qualquer coisa do tipo. Estamos muito tranquilos quanto à essa investigação”, concluiu em resposta à Pública

Pessoas e parlamentares próximos do presidente também têm seus canais recomendados em vídeos de Bolsonaro no YouTube. Seus filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro possuem contas na plataforma e tiveram seus canais recomendados quatro vezes entre os dez vídeos mais populares do pai. A deputada Carla Zambelli e o autoproclamado filósofo conservador Olavo de Carvalho – ambos acusados de espalhar desinformação – também tiveram seus vídeos recomendados através do canal. 

“Assista a seguir” de Bolsonaro leva a apoiadores e desinformação sobre pandemia

O YouTube sugere vídeos para que seus usuários passem mais tempo na plataforma. Assim, se você busca assistir a um clipe de uma música, o site vai recomendar que você veja outro em seguida – muitas vezes do mesmo artista ou do mesmo gênero musical. “As recomendações do YouTube ajudam o usuário a descobrir assuntos e conteúdos do seu interesse”, explicou a plataforma em nota.

Esses vídeos recomendados são exibidos em uma lista na lateral direita da tela e podem ser reproduzidos automaticamente em seguida. Tais recomendações são feitas pelo algoritmo do YouTube com base em uma série de fatores, como histórico de exibição e de pesquisa de cada usuário, além de localização e data. A plataforma afirma oferecer “controles para que cada pessoa defina que tipo de informação podemos usar para calibrar nossas sugestões.”

Bernhard Rieder, pesquisador da Universidade de Amsterdã e criador do YouTube Data Tools, ferramenta utilizada pela reportagem, explica que os vídeos sugeridos pelo YouTube vêm principalmente de três fontes: os vídeos do próprio canal, as recomendações personalizadas – que usam dados individuais de cada pessoa e ficam marcadas como “recomendado para você” – e os vídeos relacionados. 

Como o algoritmo é baseado na técnica de machine learning, ou seja, uma espécie de aprendizado automatizado, é o sucesso que guia as recomendações: “O que é sucesso? Na definição do YouTube é engagement [engajamento]. Uma recomendação que tem sucesso é uma recomendação que o usuário vai ver”, afirmou o pesquisador. Os canais, então, não podem escolher que vídeos serão relacionados a ele. As sugestões ficam a cargo do algoritmo da plataforma.

No entanto, há maneiras de influenciar indiretamente as recomendações. “Um canal tem a opção de utilizar algumas palavras de descrição [nos seus vídeos], pode escolher temáticas e dessa maneira escolher um bocadinho o seu nicho temático, mas não tem a possibilidade de fazer diretamente essas recomendações”, explica Rieder.

Um dos vídeos mais vistos nos últimos dois anos no canal do presidente é na verdade do jornalista Alexandre Garcia, no qual ele lê um artigo de opinião favorável a Bolsonaro. Não por acaso, o canal de Garcia é um dos mais recomendados pelo YouTube em vídeos do presidente. O jornalista foi um dos principais articuladores do coletivo de médicos que promoviam tratamento sem respaldo científico para a Covid-19. 

O contrário também acontece. Muitos dos canais recomendados pelo YouTube em vídeos do presidente fazem acenos para ele, como forma de conseguir visibilidade. “Este canal agora está trabalhando para reeleger Bolsonaro em 2022”, diz a descrição do canal Luiz Viajante Bolsonaro 2022, que foi recomendado oito vezes. 

Já a youtuber Valéria Bernardo, cujos vídeos também foram sugeridos através do canal do presidente, usa como vídeo de destaque uma declaração exclusiva que Jair Bolsonaro deu a ela em visita a Brasília. No vídeo, Bolsonaro defende, sem apoio em evidências científicas, o uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce do coronavírus. O canal, Deep State V, tem apenas 140 mil inscritos – menos de 5% da audiência do canal do chefe do Executivo, que soma 3 milhões de inscrições. 

“Tem um monte de gente pequenininha tentando competir pela atenção do Bolsonaro, do Trump, de outros líderes que possam fazer com que eles consigam engajamento, atenção, dinheiro. Tudo isso que vem com essa exposição”, constata a pesquisadora Dayane Machado, do Departamento de Ciência e Tecnologia da Unicamp e autora de estudo sobre o conteúdo antivacina no YouTube. 

Bolsonaro, presidente youtuber

O canal de Jair Bolsonaro no YouTube foi criado há mais de dez anos, em 30 de junho de 2009, quando ele ainda era deputado federal. Atualmente, ele publica a íntegra de coberturas de eventos dos quais o chefe do Executivo participa, usando imagens de emissoras públicas como a TV Brasil, além de notícias sob a ótica bolsonarista. Em 3 de dezembro de 2020, o canal somava mais de 202 milhões de views, 3 milhões de inscritos e mais de 2,4 mil vídeos. 

Rieder compara a audiência do presidente na plataforma à de uma emissora de televisão. “Hoje um político é sempre ligado com uma audiência, muito mais direto do que antes. Isso é uma coisa que favorece as políticas populistas, que usam a desinformação.”

Os vídeos mais populares do canal de Bolsonaro foram publicados antes de ele se tornar presidente. O mais visto mostra uma coletiva de imprensa da qual o então deputado participou em 2014. Nele, Bolsonaro fala em kit gay, acusa o MST de terrorismo e diz que os presídios no Brasil “estão uma maravilha”, entre outras afirmações falsas, tendenciosas e ofensivas. 

“O Brasil precisa que a verdade seja dita”, promete o título do vídeo de destaque no canal do presidente, publicado em abril de 2016 – logo após a votação pelo impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. No vídeo, Bolsonaro levanta suspeitas sobre a OAB, relacionando a instituição com “militâncias de esquerda” da época da ditadura militar e ainda defende o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de torturar presos políticos. “Não existe nenhuma prova de que ele seria torturador”, diz. Em 2012, quatro anos antes da publicação do vídeo, decisões já consideravam que Ustra havia torturado presos políticos durante a ditadura. 

Ainda que disseminasse informações falsas, o canal cresceu em popularidade e foi um dos principais veículos de campanha do político para a Presidência – que contava com pouco tempo de televisão. O YouTube de Jair Bolsonaro chegou a ter um projeto de monetização a partir da empresa “Bolsonaro Digital”, fundada pelos filhos do presidente, mas que nunca chegou a sair do papel. Recentemente, Renan Bolsonaro, filho mais novo do presidente, fundou uma empresa dedicada à produção de conteúdos publicitários. A cobertura da festa de inauguração foi realizada gratuitamente por produtora contratada pelo governo federal. 

Questionada, a Secretaria de Comunicação do Governo Federal não respondeu sobre a administração dos conteúdos postados pelo YouTube do presidente. O canal está registrado pelo e-mail dep.jairbolsonaro@camara.leg.br, endereço que ele tinha como deputado federal. Já a descrição do canal está atualizada: “Canal Oficial de Jair Bolsonaro, Presidente da República Federativa do Brasil”.

“Rede Record desmascara mais uma canalhice da Rede Globo” é o título do vídeo mais visto do canal desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência. Trata-se de uma reportagem do Jornal da Record que mostra a agenda de Bolsonaro no dia da morte de Marielle, contrariando depoimento de porteiro do condomínio do presidente veiculado pelo Jornal Nacional, também questionado pelo MP do Rio. Na reportagem, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, diz que o pai sofre perseguição política. 

Algoritmo do YouTube favorece “conteúdos extremistas”

Para quem compartilha desinformação, o YouTube é “a maneira mais importante de encontrar uma audiência”, defende o pesquisador Bernhard Rieder. “São indicados os canais sempre mais radicais, sempre menos consensuais, menos ligados ao centro da conversação política”, afirma. 

Mas não é apenas a recomendação de vídeos que preocupa. Para Dayane Machado, o YouTube funciona como “acervo para este tipo de conteúdo [extremista]”, que pode ser divulgado também em outras redes. 

Em uma publicação institucional intitulada, “Mitos e Fatos sobre desinformação e conteúdos impróprios no YouTube”, a plataforma nega que as recomendações de vídeos do YouTube levem o usuário a conteúdos desinformativos. “Somente em 2019, fizemos mais de 30 melhorias com o objetivo de reduzir a recomendação de conteúdo considerado duvidoso”, informou porta-voz da empresa à reportagem.

À Pública, o YouTube disse que se compromete em recomendar conteúdos de fontes confiáveis, como veículos de imprensa e órgãos oficiais, através de destaques na página inicial, nas buscas e com painéis informativos. 

“O YouTube diz o tempo todo que está tomando providências, e isso já tem anos, mas quando a gente vai fazer, colocar o termômetro, pegar amostras do que está acontecendo, a gente vê que os problemas continuam acontecendo”, retruca Dayane. 

Para os dois pesquisadores, uma das formas de combater o fluxo de desinformação na plataforma é estabelecer parcerias com a sociedade civil, universidades e jornalistas, que já possuem familiaridade com o tema e poderiam atuar em conjunto. “A gente sugere transparência. Seria muito simples se eles estivessem de fato interessados em combater o problema e colaborar com os pesquisadores”, afirmou Dayane. Além disso, Rieder vê como opção mudar a lógica de recomendação e incentivar o usuário a utilizar a plataforma “de uma maneira mais informada e mais consciente”.

Metodologia

Para colher as informações que baseiam esta reportagem, foi usada a ferramenta YouTube Data Tools, que extrai dados diretamente da plataforma. Dados de todos os vídeos do canal de Jair Bolsonaro foram baixados por meio do módulo Video List e organizados de acordo com o número de visualizações.

Foram selecionados os dez vídeos mais visualizados publicados entre 2019 e 2020, período no qual Jair Bolsonaro ocupa a Presidência. A partir desses conteúdos e usando o módulo Video Network, foram baixados os vídeos diretamente relacionados (profundidade de busca 1) – que são aqueles conteúdos recomendados pela plataforma em associação. 

A reportagem então analisou os canais de origem de cada um dos vídeos recomendados e a frequência de recomendação.

As buscas foram feitas na aba anônima em 3 de dezembro, em IP localizado na cidade de São Paulo. Como o YouTube utiliza também parâmetros como data e localidade para recomendar vídeos, os resultados representam as recomendações para usuários que assistissem ao canal do presidente naquela data e localidade. A aba anônima foi utilizada para diminuir o grau de personalização dos resultados. Na semana seguinte, no dia 8 de dezembro, a busca foi repetida e os resultados foram semelhantes – os vídeos recomendados mudaram, mas os canais indicados persistiram. Dessa forma, a representatividade dos dados foi verificada.

Infografista:
Reprodução/Facebook

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