São esperadas ao menos 30 mil pessoas no desfile do 7 de setembro amanhã, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Com o tema “Democracia, soberania e união”, o evento tem previsão de durar duas horas, com início às 9h e término às 11h.
O desfile com mais de 2 mil militares ocorre após quatro anos de politização da data pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que nos últimos dois eventos do 7 de setembro atacou com discursos antidemocráticos pessoas e instituições.
A expectativa do Palácio do Planalto é que mil membros do Exército Brasileiro, 600 da Marinha do Brasil e 400 da Força Aérea Brasileira (FAB) participem do evento cívico-militar que será mais “enxuto e dinâmico”, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).
Após o 8 de janeiro, o governo do Distrito Federal prepara um esquema de segurança para evitar conflitos de grandes proporções. A Força Nacional também estará nas ruas.
O presidente Lula assistirá ao desfile de uma tribuna e não fará discurso. O evento terá cerca de 200 convidados vips, entre ministros, chefes de Poderes e representantes das Forças Armadas.
Para chegar até o local, o presidente irá num comboio cuja segurança é responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após uma disputa de espaço com a Polícia Federal que vinha se arrastando desde o início do mandato presidencial.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Amaro, falou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que está confiante de que o 7 de Setembro será um sucesso e ocorrerá em absoluto clima de normalidade institucional e democrática: “Não há ameaças, mas há atenção maior”, disse.
Mas a Agência Pública apurou que por questões de segurança há a possibilidade do presidente Lula chegar ao local em carro fechado, o que destoaria do evento da posse no início do ano, quando foi em carro aberto, e de outros desfiles da independência em seus mandatos anteriores, também em carro aberto.
Além disso, um militar do GSI que atuou na gestão Bolsonaro durante viagens presidenciais teria sido escalado para coordenar a segurança do presidente Lula durante todo o deslocamento até o desfile de amanhã. É o militar Leonan Reis.
Segundo o Portal da Transparência, Leonan realizou, desde 4 de abril de 2021, ao menos 37 viagens com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a maioria delas em território nacional. Em suas duas únicas viagens internacionais foi a Nova York, nos EUA em setembro de 2022, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e a Roma, Itália, em outubro de 2021, durante o encontro dos líderes das 20 maiores economias do mundo, o G20.
Em imagens divulgadas à época, ele aparece ao lado de Bolsonaro fazendo sua segurança. Com Lula, o militar já participou de 11 viagens. Entre os destinos internacionais, esteve na equipe do GSI que foi a Xangai, na China e Hiroshima, no Japão.
Ao longo do ano, o governo federal exonerou mais de 50 servidores do GSI, em meio à crise no órgão envolvendo os atos golpistas de 8 de janeiro. A Pública não obteve indícios de que Leonan tenha feito parte deste movimento. O GSI foi procurado pela reportagem e caso haja resposta, o texto será atualizado.