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Bailes na periferia de São Paulo são encerrados sob violenta repressão policial, enquanto meninas são levadas de ônibus das comunidades onde moram para “animar a festa” nas baladas chiques

Reportagem
19 de setembro de 2012
09:00
Este artigo tem mais de 12 ano

Sexta-feira à noite, 20 de julho, periferia da zona sul de São Paulo. Na praça do Jardim Botucatu, aproximadamente 60 garotas entre 15 e 23 anos esperam para embarcar no ônibus que vai levá-las para a balada funk da NEXXT, famosa casa noturna na Vila Olímpia, na parte rica e mais central da zona sul. O “toque de recolher” (a saída), está previsto para meia-noite, segundo o convite enviado às garotas via Facebook e torpedo telefônico.

O programa é grátis, só não inclui o consumo de bebida na casa noturna. Mas os dois rapazes que promovem o evento se encarregam do aquecimento das moças. Carregando garrafas, a dupla transita pelo corredor do velho ônibus de turismo alugado e trata de manter os copos plásticos com vodka e soda sempre cheios. Ninguém recusa. A partida é dada com uma hora de atraso, à uma da madrugada.

O ônibus é bem diferente daquele dourado estampado na página da NEXXT, no Facebook. Também não tem o logo da casa nem a imagem com garrafas de champagne que acompanham as frases direcionadas às garotas: “Leva para a NEXXT e, no final da noite, leva embora. De graça. Só para mulheres”.

Animadas pelos drinks, as meninas não parecem se incomodar com a diferença. O tal modelito “periguete” predomina. Vestidos justos e curtos, apesar de um dia de frio intenso do inverno paulistano. Sandálias com grandes saltos. Maquiagens fortes, principalmente nos olhos.

Quando descem, 40 minutos depois, causam alvoroço no trânsito da rua estreita que abriga outras casas noturnas, como a History, para um público “mais maduro”. Embora o convite prometesse dispensá-las da fila, as meninas ficam meia hora para entrar na área VIP, atraindo os olhares masculinos. Os rapazes que as trouxeram conversam com uma funcionária da casa sobre outra balada, na boate Cabaret, no Brooklin, e garantem levar mais ônibus lotados de meninas.

Aos poucos, as garotas são liberadas para subir aos camarotes, no piso superior, onde se juntam a duas dezenas de meninas que vieram de outros pontos da cidade. Agora, são cerca de 80 as que entram de graça para “animar” a área VIP. No ambiente pouco iluminado, com sofás e mesas de sinuca, a proporção é de três mulheres para cada homem. Eles pagam R$ 60 de entrada ou R$ 120 com consumação e mais a bebida das moças.

O funk toca alto nas caixas de som. A sensualidade rola solta no salão. Perto das 2h da manhã, algumas meninas já estão semidespidas nos cantos mais escuros da área VIP. Cigarros de maconha e comprimidos de ecstasy circulam nas mãos das jovens até 5h30 da manhã, quando o público começa a sair.

Para as meninas, é hora de pegar o ônibus de volta ao ponto de partida e arrumar por conta própria outra condução que as leve para as comunidades onde moram em Heliópolis, Vila Brasilina, Vila Moraes, Parque Bristol, Água Funda, Jardim Maristela e Jardim Celeste. Nesses bairros, onde elas costumavam dançar funk, os bailes acabaram por causa da repressão policial. Além do barulho, que incomodava os vizinhos, a polícia alegava a presença de drogas e álcool para justificar a violência como que entrava para encerrar as festas.

Ironicamente, ao menos três crimes podem ser identificados na cena descrita nos parágrafos acima, como explica o advogado Fernando de Oliveira e Silva, de São Paulo, especialista em crimes de gênero:  “Além do óbvio, ou seja, oferecer bebidas alcóolicas para menores, fazem promoção da prostituição, mesmo que sem a percepção das meninas. Também existe incitação ao crime, o incentivo à prática da própria prostituição. É dever do Estado assegurar que isso não ocorra”, esclarece.

Na periferia, funk e droga dão cadeia

Em 2011, a Polícia Militar montou a Operação Pancadão, batizada em referência à batida do funk, digna de uma operação de guerra, que acabou com bailes no Campo Limpo, Heliópolis, M’Boi Mirim, Jardim Ângela, Jardim Capelinha, Jardim Cupecê, Tremembé e ABC Paulista. Assim, os eventos ligados ao ritmo passaram a ser realizados de surpresa, combinados de última hora e sem local fixo, mesmo nos bairros por onde a operação não havia passado. As notícias sobre a truculência policial que entrava nas ruas jogando bombas de efeito moral, deixando pessoas feridas por balas de borracha ou sprays de pimenta, correram entre os jovens da periferia.

Nos bailes desmantelados e depois proibidos, comerciantes das comunidades foram – e ainda são – autuados por venda de bebidas alcóolicas a menores e de festas sem alvará. Invariavelmente, os aparelhos de som dos carros acabam apreendidos. “A polícia age com uma violência incrível. Criminalizam todos os que estão no baile ou ao redor dele e batem indiscriminadamente. É uma correria só. Claro que tem reclamação da vizinhança, mas a molecada faz na rua porque não tem opção de lazer na comunidade”, diz Sandro Soares Silva, o MC Sandrinho, morador de Heliópolis.

“Revestida pela autoridade moral de lei e ordem, a polícia é acionada para repreender a manifestação cultural da periferia valendo-se, inclusive, de força desproporcional. É muito mais do que uma ação para garantir silêncio e respeito na comunidade. É uma forma carregada de preconceito e de imposição ideológica”, comenta o historiador pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Quilombo Raça e Classe, Wilson Honório da Silva.

A violência contra a molecada funciona. No Jardim Jaqueline, na zona oeste, havia dois pancadões: às sextas-feiras, o Baile da Princesinha, e aos sábados, o Baile da Parada Final. Nenhum deles foi alvo da polícia, mas os organizadores preferiram adotar padrão itinerante para evitar confrontos. “Quando soubemos que outras comunidades, mesmo distantes, tinham sido invadidas, escolhemos avisar local, data e hora do baile pouco tempo antes dele acontecer. Muitas vezes, nem conseguimos fazer”, explica Fabiano de Souza, que mora no bairro e promove eventos.

Os empresários dos artistas dos bailes também buscam se distanciar depois da operação policial. Na Máximo Produtora, que administra as carreiras dos MCs Guimê, Rodolfinho e Danado, todos com milhões de acessos no Youtube, é possível sentir a apreensão que acompanha a declaração da assessora, ao cancelar uma entrevista marcada há dias: “Aviso que os meninos não vão falar nada sobre a invasão da polícia”.

Repressão frequente

Noite de 30 de junho de 2012. Cinco viaturas transportando 20 policiais militares chegam à comunidade de Heliópolis, na zona sul paulistana. Parte do contingente sai dos carros e caminha pelas ruas estreitas de armas nas mãos. A linha de frente, formada por homens com fuzis, metralhadoras e escopetas, é ainda mais intimidadora.

A tensão toma conta dos moradores do bairro. O pernambucano José Cláudio da Silva, que reside há 20 anos em Heliópolis, se diz acostumado às batidas da polícia, mas conta que o cerco apertou nos últimos tempos: “Começaram a vir mais vezes com a história de acabar com os bailes funk, sempre fazendo pressão, intimidando. É ano de eleição e querem mostrar serviço. Os meninos faziam muito barulho, atrapalhavam o sono, só que não precisava ser assim, na base da porrada, do medo”, opina. O filho de 15 anos o chama pelo celular. “Ele está na casa de um amigo aqui perto e ficou com pânico de voltar sozinho pra casa quando viu a PM”, detalha, antes de sair correndo para buscar o garoto.

A ronda policial segue. As pessoas saem das casas para ver o que está acontecendo. Maria do Carmo Faria, há 12 anos na comunidade, conta que costuma acompanhar as quatro filhas nas festas. “Já fizeram até reportagem comigo. Sou a mãe que vai pras baladas com as filhas. Gosto de ver o que fazem, com quem falam, mas não vou pra proibir nada, apenas não gosto que se excedam”, esclarece. Sobre os bailes na rua, ela diz: “Os carros estacionavam e, com o som, o pessoal ia chegando. Era muito natural. A meninada dançava e batia papo. Claro que a maioria bebia, mas iam fazer o quê? Não tem nada pra fazer aqui”.

“Entendo quem reclama. Muitos precisam dormir pra trabalhar no dia seguinte. O problema é que ninguém negociou outra saída, não ofereceram espaços pra fazer os eventos e partiram logo pra violência. Tem quem diga que havia gente pisoteada nos bailes. Só vi pessoas pisoteadas quando a polícia chegou batendo, jogando bomba, e pôs todo mundo pra correr”, conta o MC Sandrinho.

Rola samba, rap e funk, mas nada de álcool

Para tentar suprir a carência de lazer, desde 2005 acontece em Heliópolis a Balada Black – Festa sem Álcool, realizada todo último sábado do mês, ao som de rap, samba e funk, e entrada franca. Com apoio de uma multinacional do setor de bebidas, o baile ocupa a sede da União dos Núcleos Associações e Sociedade dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco (Unas). Só são comercializados refrigerantes e água, cuja venda gera recursos para o fundo fixo do evento.

“Começamos em 2005, querendo mostrar pra juventude que é possível se divertir sem beber. A balada dá certo, pois a comunidade abraçou a ideia. É um espaço de lazer e educacional, mas só conseguimos fazer uma vez por mês. Temos que admitir que não é suficiente para o jovem, que precisa de mais opções”, fala Reginaldo José Gonçalves, o DJ Reginaldo, um dos idealizadores do evento.

Adolescentes e até crianças formam o público da Festa sem Álcool, que começa às 20h e vai até a meia noite e meia. As músicas escolhidas pelos DJs, inclusive o funk, são tocadas em versão “light”, com letras menos picantes. Os mais velhos costumam ir para outras baladas no fim da festa. “Pensamos em trazer os jovens aqui pra conscientizar, mas não pedimos pra não se divertirem em lugares onde tenha álcool e músicas mais pesadas. O que dizemos ao pessoal mais velho é que beba sem se matar e, aos mais novos, que evitem bebidas antes do tempo”, reforça Reginaldo.

Para continuar se divertindo na madrugada, a única saída é ir para as áreas nobres da cidade ou outros municípios da Grande São Paulo. Roberta Faria, de 17 anos, moradora de Heliópolis, adota essa alternativa. “Na Balada Black, fui até os 12, 13 anos. Não é mais a minha. Hoje, eu e meu namorado buscamos diversão fora. Normalmente, vamos pra São Caetano, no ABC, que é mais próximo”, ressalta.

Da periferia o funk migra para os Jardins

Aproveitando a migração da periferia, casas como Black Bom Bom, na Vila Madalena, e Fantasy Club, nos Jardins, promovem bailes especificamente para atrair jovens das comunidades. Na mesma linha, a Mansão do Funk, em Moema, é frequentada todas as sextas por muitos moradores da periferia que lotam os carros para chegar até a casa, na avenida Ibirapuera. Como a balada começa às 23h, mas lota só depois das 2h, é difícil chegar de ônibus. Muitas moças têm convites VIP e são dispensadas de pagar entrada. Elas são acompanhadas de promotores do evento, normalmente rapazes da periferia que cumprem o papel de convidar garotas em quantidade.

A reportagem da Pública foi às casas NEXXT, na Vila Olímpia, e Mansão do Funk, em Moema, e encontrou tudo o que é proibido na periferia. O público consome álcool fartamente e sente-se o cheiro da maconha na pista de dança, enfumaçada pelo gelo seco. Comprimidos de ecstasy e frascos de lança-perfume passam de mão em mão. No banheiro, pinos de cocaína são abertos sobre carteiras ou qualquer outra superfície lisa para serem cheirados. Os mesmos jovens proibidos de dançar funk na periferia em bailes de rua que as autoridades qualificam como apologia ao uso de drogas, podem usá-las livremente no bairro nobre. Nem a presença de uma policial fardada do Corpo de Bombeiros inibe os frequentadores.

Cinara Menezes é a DJ da noite. Nasceu na cidade de Belém do Pará, mas foi criada em São Paulo, “na quebrada da zona sul”, como faz questão de frisar. “Cresci no Jardim Germânia, na zona sul. Vivia em condomínio, mas tinha contato com a comunidade. Hoje, toco nas baladas e vem muita gente da periferia. O pessoal quer funk. Curto mais outros sons, mas eles preferem”, comenta.

Moradora da Cidade Ademar, na zona sul, Letícia Ribeiro, 18 anos, adora os bailes na zona nobre: “Não tem comparação. Aqui, as opções são maiores. A comunidade é só pra morar. Se quiser diversão ou trabalho melhor, a pessoa tem que sair”. A menina que está ao lado de Letícia sorri, mas avisa: “Não posso sair em foto. Tenho 16 anos e meu pai não sabe que estou aqui, acha que fui dormir na casa de uma amiga”. Ela é da Comunidade da Paz, na zona leste, e quer viver outra realidade. “A gente vê TV e internet. No centro, as coisas são mais bonitas, tem mais oportunidades. Faço amigos e posso até arrumar namorado”, diz.

Promotores dos eventos, como Luciano Roberto Pereira, o Lu, também moram nas comunidades. Ele divide o tempo entre o trabalho como motoboy e o de promoção de festas na zona sul. “Trabalho informando sobre as baladas e convidando a moçada. Passo a semana toda fazendo isso pra conseguir levar gente bonita e interessante das comunidades, homens e mulheres, pras festas”, explica.

Proibidão? Só na periferia    

Historicamente, ritmos como samba e rap enfrentaram discriminação pela origem ligada a comunidades pobres e com presença abundante de negros. O funk é a bola da vez, criticado pelos temas sexistas e por fazer a apologia das drogas e do crime, segundo os seus detratores. Pura hipocrisia, diz o historiador Wilson Honório da Silva. “O argumento moralista pesa muito de um lado, o da periferia. Nas áreas ricas, a coisa é encarada com naturalidade. A cultura do pobre é criminalizada quando não reproduz aquilo e do jeito que o sistema quer”, avalia.

O historiador lembra que o funk carioca chegou a São Paulo em 2001, com o sucesso da personagem Mel, de Débora Falabella, na novela o Clone, da Rede Globo. Mel era uma dependente química que frequentava bailes nos morros do Rio de Janeiro. “Esse funk ultra sexualizado veio via Rede Globo. Várias casas se especializaram em funk carioca e passaram a tocar algo que não tem nada a ver com o movimento funk dos negros estadunidenses. É algo degenerado, mas que é fruto do sistema em que vivemos”, analisa Wilson Honório.

Em São Paulo, o som entrou primeiro nos bairros ricos; os bailes de rua da periferia surgiram em 2005. “Aqui em Heliópolis, os bailes de rock, música lenta e depois rap, foram perdendo força no final dos anos 90. Vieram as baladas, eventos maiores. Os DJs começaram a segmentar o som e alguns optaram pelo funk”, relembra o DJ Reginaldo.

Com a profissionalização, DJs começaram a sair das comunidades para tocar nos lugares que pagassem mais. Para os moradores da periferia, sem dinheiro para ingressar em baladas fechadas, os bailes de rua eram a forma de conseguir diversão.  “Entre 2005 e 2006, a Equipe Máquina, um grupo de DJs, alugava equipamentos e, quando tocava, reunia uma multidão aqui. Disso, saiu o Bonde da Três, que tocava funk pra milhares de pessoas pelo menos uma vez por mês aqui em Heliópolis. Quem quisesse chegar, chegava. Sei que acontecia assim em outras comunidades também”, conta Reginaldo.

Mais recentemente, sons automotivos de alta potência transformaram carros de passeio em trios elétricos sem a participação de DJs. Os tunings, veículos personalizados e preparados para reproduzir música num volume ensurdecedor, tornaram-se uma saída econômica para a juventude que frequentava os funks de rua. “A meninada se junta pra comprar um som de carro, pra ficar na comunidade e impressionar. Se tiram isso deles, vão pros bairros chiques, descobrem esse mundo, se sentem o máximo. Têm história pra contar no dia seguinte. Quando a gente sente na pele a diferença de tratamento que a policia dá de um lado e de outro, quer ficar no bairro rico”, comenta o promotor de eventos Luciano Roberto Pereira.

Nas ruas do centro, o funk rola solto                                         

Nem mesmo a alegação de que a polícia tem que agir porque os bailes na rua incomodam os vizinhos resiste a um passeio no bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, por exemplo. Ali, na rua Taguá, atrás das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), acontecem bailes quase todos os dias da semana. Em plena rua. O público é formado pela classe média, principalmente universitários da própria instituição.

Com pedido de sigilo da identidade, um dos seguranças da FMU conta que as festas são realizadas há anos em qualquer horário e chegam a reunir duas mil pessoas. Apesar disso, ele jamais presenciou repressão policial, prisões ou autuações nas imediações. “Trabalho há anos aqui. Às vezes, é até pior de dia. Os carros param nos bares e abrem os porta-malas com som no último volume. Tem menores de idade, muita bebida e drogas”, destaca.

Poucas viaturas de polícia rondam o local; rotineiramente, uma ou duas. Em geral, estacionam na esquina da rua e não intervêm na aglomeração. “Veio um programa de TV aqui e, no primeiro semestre deste ano, a PM vinha mais. No segundo semestre, a coisa piorou de novo. O pessoal começa de manhã e vai até à tarde. À noite, vão das 21h às 23h30, quando fecham os bares por causa da Lei do Psiu”, observa o segurança.

O som do funk não embala somente os alunos da FMU. Às sextas-feiras, é comum vizinhos reclamarem do pancadão saído dos alto-falantes dos carros de estudantes da Uninove, na Barra Funda, Universidade São Judas, na Mooca, e Mackenzie, no centro. Chamada por moradores, a PM vai aos locais e o som é desligado. Quando a viatura vai embora, o barulho retorna.

Na Uninove, o início dos bailes é por volta de 20h. Carros ficam em fila dupla na avenida Dr. Adolpho Pinto e ligam os equipamentos de som. Em pouco tempo, a música toma conta da rua e dos alunos. Bares e calçadas lotam. Apenas uma faixa da pista é deixada livre para os veículos. A festa segue até a madrugada.

Já os universitários da São Judas se concentram na Praça Maria Cândida, na zona leste. Moradores dos arredores chegaram a fazer um abaixo-assinado contra o pancadão. A PM ronda a área, mas permanece por poucos minutos. Aos incomodados, a Prefeitura diz que só fiscaliza ruídos em lugares fechados.

Na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o público é de elite e o funk atrai milhares de pessoas às sextas-feiras, fechando ruas tradicionais entre as regiões da Consolação e de Higienópolis, um dos metros quadrados mais caros de São Paulo. Como os jovens das periferias, também buscam diversão. O sexo rola dentro de carros com vidros escuros, mas as drogas são consumidas nas ruas. Além de não sofrer nenhuma sanção policial, a festa algumas vezes conta com o apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) que fecha os acessos dos carros às ruas para garantir a segurança.

*Colaboraram Gabriela Allegrini e Maria Eugênia Sá
Fotos de Maria Eugênia Sá e Vinicius Souza

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