Agência de Jornalismo Investigativo

Agência Pública traduz material produzido pelo Instituto Poynter para celebrar o Dia Internacional do Fact-Checking

30 de março de 2017
14:48
Este texto foi publicado há mais de 6 anos.
Plano de aula gratuito traduzido pela Agência Pública para o Dia Internacional do Fact-Checking.
Plano de aula gratuito traduzido pela Agência Pública para o Dia Internacional do Fact-Checking. Reprodução

Reconhecer infomações falsas e evitar compartilhá-las pode ser muito difícil, ainda mais em meio ao excesso de conteúdo que circula pela internet. Para ajudar estudantes de ensino médio a desenvolverem essa habilidade, o Instituto Poynter – entidade norte-americana sem fins lucrativos que promove o ensino do jornalismo – desenvolveu um plano de aula que explica princípios da verificação de fatos. O guia faz parte das celebrações do Dia Internacional do Fact-Checking, comemorado em 2 de abril, e está disponível em 11 idiomas. A versão em português foi produzida pela Agência Pública, que mantém o projeto de fact-checking Truco.

As atividades do plano – que pode ser baixado gratuitamente no site do Dia Internacional do Fact-Checking – têm uma duração estimada de 75 minutos, o que permitiria encaixá-lo em uma aula dupla. Um folheto de quatro páginas é entregue aos alunos, e o professor pede a todos que se posicionem sobre o que acham do voto obrigatório ou do voto facultativo.

Em seguida, os estudantes têm acesso a três reportagens que tratam do tema. Uma delas é um texto equilibrado, com fatos e fontes indicados. As outras duas não apresentam quaisquer fontes e trazem afirmações radicalmente opostas sobre o tema. A ideia por trás do exercício é mostrar aos estudantes como suas opiniões pessoais podem evitar que escolham uma reportagem baseada em fatos.

Também faz parte do plano de aulas uma animação de 2 minutos, que explora as diferenças entre fatos e opiniões, notícias e boatos. O material produzido pelo Poynter ensina ainda como explicar as adolescentes as diferenças entre o que é uma opinião e um fato. Há um exemplo de como descobrir se uma notícia é falsa, usando pesquisa de imagem reversa para desvendar a afirmação de que a radiação do acidente nuclear de Fukushima, no Japão, teria chegado à costa oeste dos Estados Unidos.

Folheto do plano de aula que apresenta conceitos de checagem para estudantes do ensino médio
Folheto do plano de aula que apresenta conceitos de checagem para estudantes do ensino médio. Reprodução

Não faltam dicas de ferramentas que podem ser úteis para desvendar boatos e correntes que circulam pela rede. Títulos em caixa alta, sites que não incluem uma seção descrevendo quem são os responsáveis ou os autores e a ausência de informações detalhadas sobre os proprietários do endereço estão entre alguns dos indícios que podem servir para detectar textos falsos. Professores que quiserem instrumentos adicionais para ensinar aos seus estudantes têm no guia indicações de artigos complementares, em inglês.

A última atividade prevista é a criação de posts, vídeos, GIFs, desenhos e memes nas redes sociais pelos próprios alunos, que poderão espalhar dicas de como descobrir notícias falsas na internet. Com isso, o conhecimento adquirido por eles passará a circular entre jovens que ainda não tiveram acesso ao plano de aula. E ficará mais fácil deter boatos e rumores que inundam as timelines de todos.

Detalhe de atividades previstas no plano de aula.
Detalhe de atividades previstas no plano de aula. Reprodução

Precisamos te contar uma coisa: Investigar uma reportagem como essa dá muito trabalho e custa caro. Temos que contratar repórteres, editores, fotógrafos, ilustradores, profissionais de redes sociais, advogados… e muitas vezes nossa equipe passa meses mergulhada em uma mesma história para documentar crimes ou abusos de poder e te informar sobre eles. 

Agora, pense bem: quanto vale saber as coisas que a Pública revela? Alguma reportagem nossa já te revoltou? É fundamental que a gente continue denunciando o que está errado em nosso país? 

Assim como você, milhares de leitores da Pública acreditam no valor do nosso trabalho e, por isso, doam mensalmente para fortalecer nossas investigações.

Apoie a Pública hoje e dê a sua contribuição para o jornalismo valente e independente que fazemos todos os dias!

apoie agora!
//
//

Leia também

Agência Pública é uma das organizadoras do Festival 3i, encontro de jornalismo inovador

17 de outubro de 2017 | por

Festival é realizado por 8 organizações nativas digitais e vai reunir empreendedores do jornalismo latinoamericano nos dias 11 e 12 de novembro no Rio de Janeiro

Fazendeiros certificam terras do tamanho de Vitória dentro de áreas indígenas em 2023

6 de abril de 2023 | por e

Governo Bolsonaro liberou o registro de fazendas em terras indígenas, mas medida ainda não foi derrubada por Lula

Metrô só ouviu cerca de 300 pessoas para trocar nome de estação Paulo Freire

8 de abril de 2023 | por

Pesquisa foi feita com base em pontos urbanos, diz Metrô de São Paulo

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email