“Eu participei do governo Lula como ministro da Educação. Você veja que o Ministério da Educação quase quintuplicou as suas verbas no período.” – Fernando Haddad (PT), em encontro com estudantes em São Paulo.
Em entrevista feita depois de um encontro com estudantes cotistas e adeptos do ProUni, o candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, relembrou seu período à frente do Ministério da Educação (MEC) e disse que o orçamento da pasta quase quintuplicou durante sua gestão. Haddad ocupou o cargo no período entre 29 de julho de 2005 e 24 de janeiro de 2012.
Para checar se a frase está correta, o Truco – projeto de checagem de fatos da Agência Pública – analisou o orçamento do MEC nos anos de 2006 a 2012. Nesse intervalo, o valor reservado pela pasta aumentou de R$ 29,1 bilhões para R$ 90,6 bilhões, em valores correntes. O acréscimo foi de 211%, o que significa que o orçamento foi multiplicado por 3,1 vezes – e não por quase 5 vezes, como afirma Haddad. Assim, a afirmação foi classificada como exagerada.
O dado, informado pela assessoria de imprensa do MEC, é relativo ao orçamento da administração direta e indireta do ministério, incluindo o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e a cota-parte do Salário Educação.
Dados disponíveis nas leis orçamentárias aprovadas na Câmara dos Deputados para os anos de 2006 a 2012 também desmentem a afirmação do candidato. O montante aprovado pelos deputados para o Ministério da Educação em 2006 foi de R$ 21,67 bilhões contra R$ 74,28 bilhões em 2012. Se descontada a inflação acumulada no período, que foi de 34,76% de acordo com o índice Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o orçamento foi de R$ 29,20 bilhões para R$ 100,10 bilhões. Mesmo quando considerado esse valor ao invés do orçamento executado informado pelo ministério, o aumento na dotação é de 3,4 vezes, ainda inferior ao indicado por Haddad.