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Ritual é símbolo de resistência cultural e agradecimento à abundância de alimentos

Ensaio
19 de outubro de 2024
04:00

Desde 1991, todo dia 5 de outubro, indígenas Pataxó da aldeia Geru Tucunã, distrito de Felicina, município de Açucena, Minas Gerais, comemoram a chegada do ciclo das águas. A data é considerada um dia de muita fartura – abundância de alimento – e de alegria. Para festejar a data, os Pataxó cantam, dançam e preparam comidas típicas. 

O ritual é, também, um pedido de bênçãos e fartura a Txopai Itôhã, que seria o primeiro Pataxó a surgir na Terra. Itôhã é um encantado que nasceu de uma gota de chuva e tem a missão de ensinar seus irmãos que surgiram depois a caçar, pescar e plantar, respeitando os recursos naturais e seus ciclos.

O ritual se inicia com cânticos e pinturas típicas que caracterizam os Pataxó. Os desenhos corporais são inspirados por elementos da natureza. Os traços feitos no corpo dos homens simbolizam força e união e nas mulheres – além da força – proteção e fartura. 

A caráter, os homens adentram a mata para invocar a presença do “Pai da Mata”, seguido das mulheres que trazem a “Mãe da Mata”. Ao retornarem da floresta, partem para o banho de purificação nas águas de um pequeno lago da aldeia. Após o banho, os indígenas começam a passar no corpo o barro retirado do lago sagrado, buscando a purificação do corpo e da mente e renovação da vida. Na festa, pode ser celebrado também o batizado das crianças.

Confira as imagens do ritual que aconteceu no último dia 5 de outubro.

Nilmar Lage/Agência Pública
Nilmar Lage/Agência Pública
Nilmar Lage/Agência Pública
Nilmar Lage/Agência Pública
Nilmar Lage/Agência Pública
Nilmar Lage/Agência Pública
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