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Análise

O Bolsonarismo quer transformar o 7 de Setembro em Guerra Santa

Menções a Deus", "Jesus", e o "Bem", aumentaram quase três vezes em grupos no Telegram, enquanto textos com "Satanás", "Demônio", e "Mal" aumentaram 400%

Análise
7 de setembro de 2022
12:58
Este artigo tem mais de 1 ano

Nos últimos dois dias, membros de grupos bolsonaristas no Telegram intensificaram suas postagens em referência às manifestações de 7 de Setembro. Pedidos para convencer as pessoas a aderirem às manifestações passaram a ter um tom de Guerra Santa. Nos 122 grupos de Telegram monitorados por nós do Sentinela Eleitoral, foram compartilhados 128 mensagens (média de 64 mensagens por dia) evocando “Deus”, “Jesus”, e o “Bem”, um crescimentos de quase três vezes mais que a média de mensagens nos últimos 7 dias, que foi de 22.

Da mesma forma, menção aos termos “Satanás”, “Demônio”, e “Mal” também tiveram um aumento de 400% nos últimos dias – média de 13 mensagens, contra 3 nos últimos 7 dias.

Mensagens de cunho religioso, que mexem com o emocional das pessoas, têm mais chances não só de viralizar nas redes sociais mas também têm um maior poder de convencimento. Essa “guerra santa” também é amplificada pelo próprio Jair Bolsonaro que constantemente evoca a luta do bem contra o mal. “Nós sabemos da luta do bem contra o mal. Nós, aqui, sempre pregamos e defendemos a liberdade absoluta”, afirmou ele em evento no dia 16 de agosto. 

Essa mensagem, por exemplo, foi enviada em um grupo no Telegram às 00:37 do dia de hoje.

Outro exemplo, um meme compartilhado hoje, 7 de Setembro às 07:22, demonstra Jair Bolsonaro ao lado de Jesus, liderando o Planeta Terra, e ao fundo o Arcanjo Miguel, que significa “aquele que é similar a Deus”, o que é tradicionalmente interpretado como uma pergunta retórica: “Quem como Deus?”.

Na pintura, o presidente Jair Bolsonaro aparece ao lado de Jesus cristo como salvador do mundo e ao fundo o Arcanjo Miguel.

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