Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Checagem

Criminalidade de crianças e adolescentes. Não é bem assim, Torgan!

“Há 25 anos que o Estatuto [da Criança e do Adolescente] aí está, e só aumentou a criminalidade contra a criança e o adolescente e pela criança e pelo adolescente.” – Moroni Torgan (DEM-CE), deputado federal, no plenário, na quarta-feira (19)

Checagem
21 de agosto de 2015
15:00
Este artigo tem mais de 8 ano
Exagerado, distorcido ou discutível
Exagerado, distorcido ou discutível

O deputado Moroni Torgan acertou ao dizer que a criminalidade contra a criança e o adolescente aumentou nos últimos 25 anos, mas errou ao afirmar que houve crescimento nos crimes cometidos por crianças e adolescentes no período.

Isso porque não existem dados que comprovem a afirmação do parlamentar. Faltam também estatísticas unificadas sobre esse tema. O único cálculo disponível usando números oficiais indica uma quantidade mínima de homicídios cometidos por menores. A estimativa – feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil (Unicef) a partir de dados de 2012 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) – aponta que 0,013% dos 21 milhões de adolescentes cometeram atos contra a vida no país.

Já o número de homicídios cometidos contra adolescentes aumentou nos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). De acordo com o Unicef, o número de vítimas aumentou de 5 mil casos, em 1990, para 10,5 mil em 2013. O dado foi coletado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

O deputado Moroni Torgan (DEM-CE), em audiência pública.
O deputado Moroni Torgan (DEM-CE), em audiência pública. Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Precisamos te contar uma coisa: Investigar uma reportagem como essa dá muito trabalho e custa caro. Temos que contratar repórteres, editores, fotógrafos, ilustradores, profissionais de redes sociais, advogados… e muitas vezes nossa equipe passa meses mergulhada em uma mesma história para documentar crimes ou abusos de poder e te informar sobre eles. 

Agora, pense bem: quanto vale saber as coisas que a Pública revela? Alguma reportagem nossa já te revoltou? É fundamental que a gente continue denunciando o que está errado em nosso país? 

Assim como você, milhares de leitores da Pública acreditam no valor do nosso trabalho e, por isso, doam mensalmente para fortalecer nossas investigações.

Apoie a Pública hoje e dê a sua contribuição para o jornalismo valente e independente que fazemos todos os dias!

apoie agora!

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Truco

Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail truco@apublica.org e por WhatsApp ou Telegram: (11) 99816-3949. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. Desde o dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes