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Foi um ano de muito trabalho, muitas investigações, inovações e em que a independência mostrou todo o seu valor para o jornalismo de qualidade. Com a realização da Copa do Mundo e das eleições majoritárias o Brasil foi foco de atenção internacional e de muito debate interno – das redes às articulações dos movimentos sociais.

Da Redação
23 de dezembro de 2014
19:24
Este artigo tem mais de 10 ano

Foi um ano de muito trabalho, muitas investigações, inovações e em que a independência mostrou todo o seu valor para o jornalismo de qualidade. Com a realização da Copa do Mundo e das eleições majoritárias o Brasil foi foco de atenção internacional e de muito debate interno – das redes às articulações dos movimentos sociais. Para nós, da Pública, que cobrimos os preparativos da Copa sob o ponto de vista dos direitos humanos, foi a consagração de um trabalho. Dos despejos às obras de mobilidade urbana que perderam espaço para os estádios, da violência policial à vigilância sobre militantes de movimentos sociais, concluímos nossa cobertura como referência para os que buscam a informação sobre o outro lado do evento mundial.

Também avançamos na produção de reportagens investigativas financiadas pelo público, o nosso crowdfunding, que resultou em 12 trabalhos de qualidade sobre temas fundamentais, da violência contra a mulher ao monopólio da água mineral, dos presídios privados às grandes irmãs da construção civil que mostraram a extensão de seu poder corruptor e indutor de projetos do Executivo. E inovamos com uma reportagem sobre a exploração sexual de meninas feita em HQ, multiplicando a força da necessária denúncia.

Esse ano também estreamos na cobertura de eleições para presidente com a criação do projeto Truco! – que checou tudo o que disseram os candidatos a presidente durante a propaganda eleitoral gratuita. Um trabalho que envolveu toda a equipe, com a garra de produzir informação isenta, de utilidade para o eleitor.

Nossos parceiros responderam com igual entusiasmo. Novos republicadores manifestaram interesse em nossas reportagens e o acesso ao site cresceu 47,2% em relação ao ano passado, chegando a 1,5 milhão em 15 de dezembro. Tivemos sete reportagens premiadas e duas indicadas a dois dos mais importantes prêmios de jornalismo do mundo, o Premio Gabriel García Márquez de Periodismo e o Premio Latinoamericano de Periodismo de Investigación.

Selecionamos destaques de nosso trabalho para você lembrar de momentos e reportagens que marcaram esse ano. Desejamos a todos uma boa leitura e que nossa parceria se renove no ano que vem.

Reportagens premiadas

As mais lidas

Reportagens mais republicadas

Vídeos mais vistos

Reportagem Pública

No segundo semestre de 2013, o projeto Reportagem Pública surgiu como uma iniciativa inédita de jornalismo investigativo. Através de crowdfunding, 808 doadores contribuíram com quase R$ 60 mil para o financiamento de matérias de jornalistas independentes.

48 pautas foram pré-selecionadas a partir das mais de 120 enviadas por jornalistas de todo o Brasil. Coube aos doadores, então, votar nas doze pautas que receberiam as bolsas. A primeira matéria foi publicada no dia 6 de fevereiro deste ano, e a última em 8 de agosto. Relembre-as:

As 12 reportagens investigativas do projeto também foram reunidas em um e-book, que está disponível para download por R$ 9,99 e pode ser lido tanto em aparelhos Kindle como no aplicativo disponível para os sistemas operacionais iOS e Android

Copa Pública

Em outubro de 2011, começamos a cobrir uma história que não estava sendo contada: a das comunidades afetadas pelos primeiros passos das obras da Copa do Mundo.

Faltavam ainda 30 meses para o apito inicial, e esses temas não apareciam nos jornais nem na TV que, mesmo nas reportagens que iam além  do esporte e da festa, concentravam-se apenas nos prazos e custos das obras.

A tarefa não foi fácil: não havia ainda uma Lei de Acesso à informação, e os governos disponibilizavam pouquíssima informação sobre seus planos – seja para as comunidades ameaçadas de remoção, seja para os jornalistas.

Foi assim que nasceu o Blog Copa Pública, uma experiência de jornalismo cidadão.

Enquanto as fontes oficiais se mostravam relutantes em discutir os rumos da Copa, comitês populares se organizavam nas 12 cidades-sede para documentar, analisar e resistir às ameaças que pessoas e comunidades estavam sofrendo em nome da Copa. Era preciso ouvi-los.

Afinal, o que essas pessoas tinham a contar era brutal: em diversos cantos do país, direitos básicos, como uma simples explicação sobre o destino das famílias que seriam removidas, ou o valor das indenizações, eram ignorados pelo poder público. Além das remoções, nossas reportagens revelaram um lado B do Mundial que muitos queriam esconder: da falta de transparência ao abuso econômico e político. E enquanto a população foi às ruas em diversas cidades, continuamosacompanhando seus motivos e checando as informações.

Relembre algumas das principais matérias publicadas no blog em 2014 e confira a página de nossa cobertura especial da Copa do Mundo:

Truco!

Após a Copa, veio o segundo semestre e, com ele, as eleições presidenciais no Brasil. Foi aí que surgiu o Truco!, nosso projeto de checagem de dados apresentados pelos candidatos durante o programa eleitoral (inspirado pelo site argentino Chequeado)

Para contribuir com o debate eleitoral, exigir informações embasadas e projetos mais consistentes dos candidatos, elaboramos as cartas que seriam atribuídas às afirmações: Truco!, para pedir mais explicações sobre alguma proposta;  Tá certo, mas pera aí, para informações corretas que precisavam ser melhor contextualizadas; Não é bem assim, para informações distorcidas ou discutíveis; Blefe para informações falsas, Zap! para frases corretas e relevantes e Que medo! para propostas que afetassem negativamente grande parte da população.

Foram 20 programas no 1º turno, cujas campanhas ainda proporcionaram algunsmomentos bizarros. Após Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) passarem ao turno decisivo, introduzimos algumas novas regras no jogo como as cartas Candidato em Crise!, para declarações contraditórias, e Carta Marcada, para frases que já haviam sido ditas pelos candidatos e checadas por nós no 1º turno.

Além da cobertura dos programas eleitorais, também compilamos e categorizamos as principais promessas dos presidenciáveis na Rodada de promessas

Em nossa página do Facebook, os eleitores também puderam enviar trucos aos candidatos e votar nas melhores sugestões. As mais votadas foram enviadas às campanhas. Foi o Truco Popular! Tivemos também um dia dedicado ao voto branco ou nulo, em que leitores explicaram por que não escolheram um dos candidatos, e o Vácuo eleitoral em parceria com Rafucko.

Ainda como parte da cobertura eleitoral, fizemos reportagens sobre a população negativamente afetada por ações, projetos e propostas das candidatas e candidato mais votados no 1º turno: Dilma, Aécio e Marina Silva (PSB). Leia:

E-books

Por fim, preparamos livros digitais com todas as apurações do primeiro e do segundo turno das eleições. Assim, você pode guardar o Truco! no dispositivo de sua preferência!

Minidocs

Estes foram alguns dos minidocumentários publicados em nossa página durante o ano. Você pode conferir a relação completa de vídeos em nosso canal do YouTube e também no Vimeo.

Cardápio de boas histórias

Abaixo, algumas de nossas reportagens produzidas em 2014 que não necessariamente se enquadram nas categorias e projetos acima, mas apuraram grandes histórias de acordo com nossa missão de fortalecer o direito à informação, aqualificação do debate democrático e a promoção dos direitos humanos.

Vitor Souza/Secom
Reprodução Mídia Ninja
Reprodução / Agência Brasil
Lunaé Parracho/ Repórter Brasil
Conselho Nacional de Justiça

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