Há 55 anos o Brasil sofreu um golpe militar que durou 21 anos e provocou a morte e/ou desaparecimento de 423 pessoas (entre 1964 e 1985), além do massacre de 8 mil indígenas conforme o Relatório Final da Comissão da Verdade. Uma história que continua viva: só em março deste ano a Justiça Federal reconheceu a primeira vítima da ditadura, um militar assassinado em um quartel 4 dias depois do golpe. Em julho de 2017, a Corte interamericana de Direitos Humanos já havia condenado o Brasil por crime contra a humanidade no caso do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.
A história da ditadura ainda instiga pesquisadores e jornalistas à busca pela verdade, já que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica nunca entregaram seus arquivos sobre esse período. O certo é que, como reconheceu o governo brasileiro em 2007, o Estado brasileiro foi responsável por crimes hediondos como tortura, estupro, assassinato, esquartejamento e a ocultação de cadáveres jamais expostos em toda sua extensão à sociedade brasileira.
O direito à memória e à verdade está entre as garantias primordiais a que todos os cidadãos têm direito de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Acompanhe a seleção de reportagens da Pública sobre a ditadura militar realizadas desde 2011.