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Cobrimos a eleição e o fim do governo Bolsonaro, ganhamos 12 prêmios e já temos muitos planos para 2023

Da Redação
16 de dezembro de 2022
17:00
Este artigo tem mais de 1 ano

Antes de relembrar tudo o que fizemos em 2022, é importante adiantar que nossos planos para 2023 são grandes: queremos abrir a caixa-preta do governo Bolsonaro e revelar as informações que foram sonegadas e escondidas nos últimos quatro anos. Para isso, precisamos chegar a 2.000 apoiadores até janeiro. Você pode fazer uma doação para a Agência Pública agora ou continuar lendo este texto para ter certeza de que somos capazes de cumprir nossas promessas. 

Encerramos o ano passado, esperançosos com a volta das reportagens em campo, prometendo investigar violações socioambientais e os impactos desses crimes nas mudanças climáticas, denunciar os ataques à democracia e aos direitos humanos, acompanhar com lupa as eleições cruciais deste ano. E, claro, continuar a investigar o governo Bolsonaro, o que fizemos incansavelmente nesses últimos quatro anos.

Entre as revelações feitas em 2022, estão a promessa de 1 bilhão da Lei Rouanet para conteúdo pró-armas pelo secretário da Cultura, a comprovação de que Jair Bolsonaro intensificou os encontros autoridades evangélicas antes do início da campanha eleitoral e de que Eduardo Bolsonaro fez mais de 70 reuniões com a direita norte-americana.

Agora queremos ir atrás do que não conseguimos pela opacidade do governo, que restringiu drasticamente o acesso à informação. Por isso, falamos em abrir a caixa-preta do governo Bolsonaro.  

Neste ano, passamos a ter uma sucursal em Brasília para acompanhar de perto o governo que desestabilizou a democracia e o país, atuou como agente de violação de direitos humanos, fez o Brasil voltar para o mapa da fome e ser visto como pária internacional. Nossa equipe em Brasília, já mostrou ao que veio: investigamos o escritório de advocacia de Flávio Bolsonaro, a atuação de Arthur Lira como presidente da Câmara dos Deputados e mostramos como ele e seus aliados se beneficiaram do orçamento secreto. Também revelamos com exclusividade que um despacho do presidente do Ibama poderia anular milhares de ações de fiscalização do órgão custando 3,6 bilhões de reais à União.

Nossas reportagens desnudaram o desmonte dos órgãos e políticas ambientais pelo governo Bolsonaro e seus impactos na vida de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pequenos agricultores. Completamos um ano da nossa cobertura especial sobre emergência climática, inaugurada com uma reportagem sobre o incentivo do governo a empresários da fonte mais poluente de energia, o carvão, que destrói o ambiente e as vidas em Santa Catarina com subsídios públicos. Também revelamos o greenwashing praticado por um empresa explorando créditos de carbono gerados no interior de duas Resex na Ilha do Marajó para outras grandes empresas, como Santander, Barilla, Deloitte e Air France, sem autorização nem benefícios para as comunidades que ali vivem.

Cenário de rejeitos da mineração de carvão exposto há anos
Em 2022 investigamos ainda mais o rastro de destruição dos poderosos e de suas corporações

Pelo segundo ano consecutivo, enviamos uma repórter para cobrir a Conferência do Clima, neste ano realizada no Egito, sob o ponto de vista dos movimentos sociais e povos originários. Revelamos que os indígenas acessam somente 7% do financiamento endereçado às suas próprias comunidades e mostramos como a eleição de Lula e sua presença na COP marcam a volta do Brasil à agenda global de combate às mudanças climáticas.

Além disso, seguimos na cobertura da violência fundiária, com o especial Amazônia Sem Lei. Mostramos como o lobby de um militar da reserva, velho conhecido do vice-presidente Hamilton Mourão, favoreceu mineradoras canadenses da Amazônia e revelamos os responsáveis pela destruição de unidades de conservação na Amazônia e no Cerrado. Em uma parceria inédita com a Comissão Pastoral da Terra, criamos o Mapa dos Conflitos, cruzando dados como desmatamento e queimadas com violência no campo. Os dados, compilados nos últimos 10 anos pela CPT, mostram que sob Bolsonaro, a média de conflitos no campo é a maior da história.

A experiência na cobertura desses conflitos foi fundamental para nossa rápida resposta ao  desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips no Vale do Javari, em junho deste ano. Enviamos quatro repórteres para Tabatinga e Atalaia do Norte para acompanhar o caso: Ciro Barros, Rubens Valente, e os fotógrafos Avener Prado e José Medeiros. Foram 20 dias na região e mais de 20 reportagens publicadas, muitas delas pautando toda a imprensa nacional, que em muitos casos, cobria as investigações policiais de longe.

A cobertura dos crimes na Amazônia também resultou em uma ótima aquisição para a Pública: em julho, o jornalista Rubens Valente, reconhecido publicamente por sua competência e ética, passou a ser nosso colunista. Em sua coluna na Pública, Rubens revelou o falecimento do indígena conhecido como Índio do Buraco, o último de sua etnia, com repercussão em toda a imprensa, incluindo a internacional. No campo político, outra de suas especialidades, Rubens revelou que Jair Bolsonaro, que na campanha apelava fortemente para as pautas de costumes, pediu para que um trecho em que dizia que “chegou a pensar em sugerir um aborto” à segunda esposa fosse retirado de entrevista dada à revista Playboy. Rubens também se juntou à equipe da Pública na cobertura do 7 de setembro golpista de Bolsonaro, quando nossos repórteres revelaram quem bancou a ida de tratores a Brasília para o ato antidemocrático.

Indígenas da Univaja no rio Itaquaí
Equipes de reportagem da Agência Pública se uniram ao esforço de jornalistas de todo o mundo na tentativa de elucidar as circunstâncias do assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira

No campo da defesa da democracia, para a qual estivemos sempre atentas, já em abril, fizemos dois eventos sobre as eleições de 2022 em parceria com o David Rockefeller Center, da Universidade de Harvard,. Em um deles, o professor Steven Levitsky, autor de “Como as Democracias Morrem”, alertou:  “Não há tempo para uma terceira via. A terceira via é Lula”. Naquele momento ele já defendia uma grande aliança para derrotar Bolsonaro no primeiro turno e evitar uma grande crise que pode afetar não somente o Brasil, mas toda a América Latina.

Nos meses seguintes, a Pública se preparou para cobrir a eleição mais importante desde a redemocratização. Sabíamos que, mais uma vez, a desinformação seria usada como estratégia política para confundir eleitores, manipular a opinião pública e desestabilizar a democracia. Em parceria com pesquisadores como David Nemer, pesquisador da Universidade de Harvard e professor na Universidade da Virgínia, lançamos o projeto Sentinela Eleitoral, que mostrou como a desinformação é “fabricada”. Além de reportagens, publicamos análises de pesquisadores sobre a desinformação e sobre os discursos violentos utilizados na eleição, como o ataque de Bolsonaro à jornalista Vera Magalhães no debate da Band, que deu origem a uma onda de assédio online à jornalista.

O Sentinela Eleitoral revelou que, em 2022, dobrou o número de congressos conservadores realizados no Brasil, mostrou como Michelle Bolsonaro assumiu protagonismo na campanha de Jair e expôs as relações entre bolsonaristas e a direita norte-americana, que espalhou mentiras sobre as eleições no Brasil. Revelamos ainda a figura por trás de grupos de Telegram, Jackson Villar, incitando a violência contra eleitores de Lula e contra as urnas eletrônicas. Essa reportagem fez com que o Ministro do TSE, Alexandre de Moraes, obrigasse o Telegram a suspender os grupos administrados por ele, que contavam com mais de 200 mil membros.

Também lançamos a newsletter Xeque na Democracia, sobre ameaças à democracia e desinformação. Às segundas-feiras, nossa diretora-executiva, Natalia Viana faz análises sobre como o debate público tem sido manipulado com desinformação e de onde surgem essas estratégias, que estão longe de serem só conversas em aplicativos de mensagens. A newsletter foi idealizada durante o período que Natalia passou na Universidade de Harvard, como fellow da Fundação Nieman.

No início de julho, tivemos certeza de que teríamos que retomar nossa cobertura sobre violência nas eleições, feita em 2018 e em 2020: Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), foi assassinado por um bolsonarista enquanto comemorava seu aniversário. A festa tinha Lula como tema. Nossa equipe monitorou casos a partir do início oficial da campanha eleitoral, em 16 de agosto. Até o segundo turno, em 30 de outubro, registramos ao menos 15 assassinatos motivados por questões políticas. Mostramos também como a violência afeta candidatos e candidatas que se veem obrigados a andar com escolta. Na mira dos agressores, estão principalmente mulheres negras, trans e indígenas, o que dificulta ainda mais seu acesso a cargos eletivos.

No dia da eleição, quando a Polícia Rodoviária Federal contrariou a ordem do Ministro Alexandre de Moraes e fez operações para fiscalizar ônibus que levavam eleitores aos locais de votação, Rubens Valente mostrou como a PRF, liderada pelo bolsonarista Silvinei Vasques, se aproveitou de uma brecha na ordem de Moraes, que falava em “transporte disponibilizado aos eleitores”. Naquela tarde, reportagem de Alice Maciel e Bruno Fonseca revelou também que foram parados cinco vezes mais ônibus na região nordeste do que no sul do país. Nos dias seguintes, revelamos que manifestações golpistas já vinham sendo organizadas pelo Telegram antes do segundo turno, mostramos que empresários catarinenses enviaram caminhões para bloquear estradas e que a mesma Polícia Rodoviária que no dia da eleição fez ações que prejudicaram eleitores, disse a bolsonaristas que não iria multá-los pelos bloqueios nas rodovias

As eleições ocuparam boa parte de nossa pauta, é verdade, mas não só. As violações de direitos humanos se agravaram em todos os setores durante o governo Bolsonaro. Em abril, a Pública revelou que o iFood, gigante do delivery no país, contratou duas agências de publicidade para desmobilizar os movimentos de entregadores do app. A reportagem teve acesso a um vídeo de uma reunião em que funcionários de uma das agências se vangloriavam por ter “matado o Galo”, em referência a Paulo Galo, líder do movimento de entregadores antifascistas. O caso ganhou repercussão e a CPI dos Aplicativos da Câmara Municipal de São Paulo decidiu ouvir as agências de publicidade denunciadas pela reportagem, e nossas investigações foram citadas no relatório final da comissão. O Conar, órgão que regula a propaganda no país, também passou a apurar o caso. 

2022 foi o ano em que “dobramos as metas”, nos aprimoramos e produzimos mais. Foi também o ano em que nosso tradicional programa de Microbolsas, reproduzido por diversos veículos no Brasil, completou dez anos. Até aqui, foram mais de 360 mil reais distribuídos para repórteres do país todo e 60 reportagens publicadas. E, pela primeira vez, em 2022 lançamos uma edição das microbolsas voltada exclusivamente para repórteres indígenas, contribuindo para seu protagonismo nas denúncias e a investigações sobre as ameaças que os atingem. Alguns repórteres já estão em campo, contando com nosso apoio e mentoria. Outros cinco serão selecionados em uma nova etapa, com inscrições abertas até 30 de janeiro.

Nossa produção de podcasts também aumentou. O Pauta Pública, antes quinzenal, tornou-se semanal. Foram 26 episódios com entrevistas que nos ajudam a entender melhor o Brasil. Figuras como Marcos Nobre, Sabrina Fernandes, Gregório Duvivier e Vladimir Safatle passaram pelo Pauta neste ano. Nossa equipe de podcasts também publicou neste ano os últimos quatro episódios da primeira temporada da série Amazônia Sem Lei, baseada em nossas investigações na Amazônia. Para 2023, teremos ainda mais podcasts, inclusive uma nova temporada do Amazônia Sem Lei. 

E por falar em outros formatos, em 2022 lançamos o livro “Furos, mentiras e segredos revelados”, que traz artigos de nossos diretores, conselheiros e equipe sobre os primeiros dez anos da Pública. O livro foi lançado pela editora Elefante e está disponível nas livrarias.

Livro esmiúça uma década de reportagens da Agência Pública

Também temos muito a agradecer neste ano. A nossos aliados e a nossa equipe que nos trouxe 12 prêmios, alguns deles os mais importantes do jornalismo brasileiro e latino-americano. O podcast Até que se prove o contrário ganhou o Prêmio Vladimir Herzog na categoria Jornalismo em Áudio. A reportagem que revelou a máquina oculta de propaganda do iFood foi finalista do Prêmio Gabo, menção honrosa no Premio Latinoamericano de Periodismo de Investigación e ganhou o 39º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo na Categoria Online. Tivemos outras 6 menções no Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo: duas menções honrosas na categoria áudio, para os podcasts Até que se prove o contrário e Amazônia Sem Lei, e o segundo e terceiro lugar e uma menção honrosa na categoria online. O Mapa dos Conflitos, feito a partir de dados da CPT sobre conflitos de terra, ganhou o prêmio Design For a Better World.

Em 2023, queremos lançar ainda mais newsletters e podcasts, e fazer coberturas ainda melhores e maiores da desinformação, das mudanças climáticas, da atuação dos fundamentalistas religiosos na política. Também estaremos de olho no terceiro governo Lula e em suas promessas de ouvir e incluir a população e os movimentos sociais.

Mas nossa primeira missão em 2023 é abrir a caixa-preta do governo Bolsonaro e descobrir o que foi escondido pelos sigilos de 100 anos e outros truques. Antes de 2022 acabar, teremos feito dezenas de pedidos de acesso à informação e nossa equipe começa o ano de mangas arregaçadas, debruçada sobre dados e documentos para trazer à luz o que foi escondido da população. Vamos precisar de tempo, de pessoas dedicadas, teremos que viajar o país todo. E para isso temos que contar com você, nos ajudando a chegar a 2 mil apoiadores em nosso programa de Aliados até janeiro. Você pode nos ajudar a cumprir essa resolução para 2023 agora, apoiando a Pública.

Mais lidas

Reportagens de impacto

Em 2022, o jornalismo da Pública causou impactos reais e discussões relevantes para a sociedade. Relembre alguns casos:

1) A máquina oculta de propaganda do iFood: A reportagem que revelou que o iFood contratou agências de publicidade para desmobilizar o movimento de entregadores foi a que mais bombou este ano. Por conta da reportagem, o assunto foi discutido na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Aplicativos da Câmara Municipal de São Paulo. A vereadora Luana Alves (PSOL), pediu à CPI explicações sobre suposta campanha de desmobilização do iFood. A CPI fez diligência na sede do iFood e também ouviu as agências denunciadas, que se recusaram a responder as perguntas. Além disso, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o iFood e agências de publicidade contratadas pela empresa. O  Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) também abriu apuração sobre o caso. A reportagem também foi citada no relatório final da CPI, que cobra mais controle sobre a atividade das empresas de aplicativo e pede mais segurança para entregadores e motoristas.

2) Grupos do Telegram banidos. A Pública analisou gravações enviadas em grupos de Telegram bolsonaristas por Jackson Villar, evangélico e apoiador de Bolsonaro. Os grupos, administrados pelo próprio Jackson, contavam com mais de 200 mil membros. Dentre o conteúdo dos áudios, o bolsonarista ameaçou agredir eleitores de Lula e quebrar urnas eletrônicas. No dia seguinte à publicação da reportagem, decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) excluiu dois grupos de Villar pela manifestação pública de informações falsas sobre as urnas eletrônicas. Dias depois, o TSE baniu outros dois grupos, dessa vez, a motivação da exclusão foi a articulação ilegal em apoio aos bloqueios de estradas por bolsonaristas que acontecem desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A publicação da reportagem fez com que nosso editor, Thiago Domenici, sofresse ataques de Jackson e seus apoiadores. Entretanto, fomos fortalecidos por uma rede de organizações e jornalistas que prestaram solidariedade e apoio à Pública em defesa da liberdade de imprensa. 

3) Coronel exonerado. Revelamos que, depois de deixar a presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o coronel Homero Cerqueira foi trabalhar para a Confederação Nacional de Mineração (CNMI), organização que defende “os interesses de milhares de mineradoras pelo país”. Como Diretor de Assuntos Ambientais e Sustentabilidade da entidade, ele participou de encontros, reuniões e audiências públicas sobre a legalização do garimpo na Área de Proteção Ambiental do Tapajós, no Pará. O presidente da CNMI é Bruno Cecchini, empresário com uma extensa lista de pedidos de extração mineral na Agência Nacional de Mineração (ANM) e que foi indiciado pela Polícia Federal pela suspeita de chefiar uma organização criminosa que exporta ouro ilegal para a Europa. Após a publicação da reportagem, o coronel Cerqueira foi exonerado da diretoria da CNMI — e ainda justificou a exoneração, dizendo que desconhecia Cecchini, o presidente da Confederação.  

4) Lei Rouanet pró-armas. Revelamos que o secretário de fomento à cultura, o ex-PM André Porciúncula, prometeu R$1 bilhão da Lei Rouanet para financiar eventos e conteúdos audiovisuais pró-armas. A reportagem pautou a imprensa nacional. Foi republicada no UOL, na Carta Capital e no Brasil 247, e repercutida no Jornal Nacional, no jornal O Globo, na Folha de S. Paulo, no Metrópoles e na Globo News. Após a repercussão nacional das reportagens da Pública, Mônica Bergamo publicou na coluna da Folha que o ex-secretário da Cultura Mario Frias e André Porciúncula tornaram-se alvo de representações junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) por conta de denúncias feitas pela deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ). O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) também apresentou uma ação na Procuradoria da República do DF contra o ex-Secretário de Fomento à Cultura.

5) Serra do Curral. Em meio à polêmica envolvendo a exploração minerária da Serra do Curral, cartão-postal de Belo Horizonte, revelamos que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), nomeou para a presidência do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) a prima do diretor executivo e sócio da empresa que quer minerar a serra, a Taquaril Mineração S/A (Tamisa). O Ministério Público abriu uma notícia de fato para apurar a nomeação. Em sessão na Assembleia Legislativa, ocorrida em julho, a nova presidente do Iepha-MG, Marília Palhares Machado, confirmou o parentesco com diretor executivo da Tamisa, como revelado pela reportagem.

Mais republicadas

Exclusivo: água da torneira tem produtos químicos e radioativos em 763 cidades brasileiras
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Secretário de fomento à cultura promete R$ 1 bilhão da Lei Rouanet para conteúdo pró-armas
André Porciuncula é um homem branco com cabelos castanhos. Ele veste camiseta branca escrito "pró-armas" e segura um microfone na mão. Na imagem ele está discursando sobre o uso de recursos da Lei Rouanet para produção de conteúdos armamentistas

40 republicações, UOL, Sul 21, Carta Capital

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38 republicações – UOL, Nexo Jornal, Brasil 247

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Aliados

Ao longo deste ano, mais de 1.600 pessoas apoiaram o jornalismo valente da Pública participando de nosso programa de Aliados.  

Agora, estamos fazendo a campanha de arrecadação mais ousada de nossa história: queremos chegar a 2.000 apoiadores para abrir a caixa-preta do governo Bolsonaro e investigar tudo o que ele escondeu dos brasileiros. Estamos perto de alcançar a meta. Faça parte desse time doando aqui: aliados.apublica.org

Eleição

As eleições de 2022 foram decisivas para o futuro da democracia no Brasil. A Pública investigou as ameaças à democracia em diferentes frentes: monitoramos a desinformação que circula nas redes e influencia o debate público; cobrimos a violência política no país; investigamos os candidatos ao governo dos estados da Amazônia Legal e a atuação de fundamentalistas religiosos e grupos conservadores. 

  • Sentinela Eleitoral

O projeto Sentinela Eleitoral investigou o caminho da desinformação nas redes. Monitoramos grupos de Telegram bolsonaristas e mostramos como a desinformação circulou e como foram feitas e as articulações para atos golpistas. 

  • Governadores contra o Clima

Na série Governadores contra o Clima, investigamos os governadores dos estados da Amazônia que eram candidatos à reeleição e operam com a agenda anti-ambiental e anti-índigena de Bolsonaro. Foram feitas reportagens em Rondônia, Mato Grosso, Acre, Amazonas e Roraima. Olhamos para as alianças que os sustentam, os impactos de políticas estaduais de meio ambiente de seus últimos mandatos e o favorecimento dos setores econômicos (formais e informais) a que os governadores estão ligados. Todos eles foram reeleitos.

  • Violência Eleitoral

Nas duas últimas eleições, a Agência Pública vem cobrindo casos de violência. Em 2022, mapeamos e investigamos casos de violência contra eleitores, candidatos, mesários e também contra jornalistas.

  • Cobertura Nacional

Durante o período eleitoral, nossas equipes em São Paulo e em Brasília investigaram as ações do governo e de candidatos, casos de abuso de poder, a atuação de grupos evangélicos conservadores na política.

Podcasts

  • Pauta Pública

O Pauta Pública mudou em 2022: a repórter Clarissa Levy passou a fazer parte da bancada do podcast junto com Andrea Dip, passamos a entrevistar pessoas de diferentes áreas do conhecimento, não só jornalistas, e o podcast passou a ser semanal. Relembre os episódios mais ouvidos:

39 | Limites da democracia – com Marcos Nobre

Pauta Pública recebeu cientista social que lançou novo livro onde analisa fatos políticos no Brasil a partir de 2013.

Ouça agora!

49 | O negócio do Jair – com Juliana Dal Piva

Jornalista retornou ao podcast para detalhar apuração de seu novo livro, que aborda patrimônio de Bolsonaro e seu clã.

Ouça agora!

31 | Brasil 2022, tem jeito? – com Vladimir Safatle

Pauta Pública recebeu o professor e filósofo para uma conversa sobre as perspectivas políticas do Brasil.

Ouça agora!

  • Amazônia Sem Lei

Este ano, publicamos os quatro últimos episódios da primeira temporada do podcast. Conduzido pelas vozes de Clarissa Levy e Ricardo Terto, o Amazônia sem Lei é um podcast narrativo que existe para contar histórias do que está em jogo na Amazônia.

10 | O Mapa dos Conflitos na Amazônia

Episódio de podcast detalha os dados sobre conflitos no campo da última década.

Ouça agora!

Coluna

Em 2022, Rubens Valente passou a ser colunista da Pública. Repórter há mais de 30 anos, neste espaço ele traz reportagens e informações exclusivas, com foco em temas socioambientais e políticos.

Projetos e coberturas

  • Vale do Javari

A Agência Pública foi um dos primeiros veículos a enviar uma equipe de reportagem para o Vale do Javari, para se unir ao esforço de jornalistas de todo o mundo na tentativa de elucidar as circunstâncias do assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira e informar o público sobre as ações das autoridades e instituições no caso. Leia aqui todas as reportagens.

  • Amazônia Sem Lei

O especial investiga violência relacionada à regularização fundiária, demarcação de terras e reforma agrária na Amazônia Legal e no Cerrado. Leia aqui todas as reportagens.

  • Mapa dos Conflitos

O Mapa dos Conflitos é uma ferramenta exclusiva lançada pela Pública em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) que, por meio de análise inédita de dados, investiga e mapeia dados socioambientais das ocorrências de conflitos no campo na Amazônia Legal entre 2011 e 2020.

  • Emergência Climática

O projeto Emergência Climática investiga a relação entre emissões de carbono e violações de direitos de povos e comunidades tradicionais. Investigamos como o governo Bolsonaro agiu contra os povos originários e o meio-ambiente, e quais as consequências de suas ações. Também investigamos a atuação de empresas, os lobbies das corporações, o crime organizado, a exploração predatória, a pobreza e a fome que atingem as vidas das comunidades tradicionais, principais protagonistas dessa cobertura. Leia aqui todas as reportagens.

  • A Lava Jato de Tocantins

O especial revela a história não contada de uma operação da Polícia Federal que alterou todo o cenário eleitoral de 2022 no Tocantins, levando à queda do quarto governador do estado em 15 anos. Leia aqui todas as reportagens.

  • Tabaco e Saúde Mental

Nesta série, revelamos como as famílias agricultoras do tabaco estão expostas a agrotóxicos que acarretam sofrimento mental, depressão e suicídio. Leia aqui todas as reportagens.

  • Microbolsas Alimentação e Mudanças Climáticas

Em 2022, publicamos as reportagens feitas na 14ª edição das Microbolsas, sobre a relação entre alimentação e mudanças climáticas. Leia aqui todas as reportagens.

  • Microbolsas Indígenas

Neste ano, lançamos uma edição das microbolsas voltada para repórteres indígenas. A segunda chamada para inscrições está aberta até 31 de janeiro. Repórteres indígenas de todo o Brasil podem inscrever pautas investigativas para realizar reportagens sobre as ameaças e agressões às terras indígenas e as comunidades que nelas vivem. As 5 propostas vencedoras ganharão uma bolsa de R$ 7.500 para produzir a reportagem, com mentoria e edição da Pública. As primeiras reportagens serão publicadas em janeiro de 2023.

  • Ferramenta do Impeachment

Seguimos monitorando os pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro. Até o fechamento desta retrospectiva, registramos 153 pedidos enviados ao presidente da Câmara dos Deputados. Jair Bolsonaro é o presidente com mais pedidos de impeachment da história do Brasil. 

Colaborações

  • Defensores do homeschooling no Brasil

Em parceria com a openDemocracy, investigamos os grupos que defendem a educação domiciliar no Brasil. Treinamento oferecido pelo maior grupo de promoção do homeschooling no país encoraja pais a bater em suas crianças “calma e pacientemente” como forma de educar.

  • Diplomacia nas sombras

O projeto Diplomacia nas sombras é uma investigação global inédita do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e do site americano ProPublica sobre o envolvimento de cônsules honorários em atos ilegais ou controvérsias públicas. No Brasil, participam a Pública e o Metrópoles. Encontramos, em parceria com o Metrópoles, doze casos de cônsules honorários que atuaram no Brasil e estavam envolvidos em suspeitas ou escândalos relacionados à corrupção, grilagem de terras e contrabando.

  • Por trás do alimento

Desde o fim de 2018, investigamos em parceria com a Repórter Brasil o uso e a liberação de agrotóxicos no país.

  • Desinformação nas eleições

Com o objetivo de monitorar o fluxo de desinformação às vésperas e durante as eleições, nos juntamos ao Aos Fatos e ao Núcleo Jornalismo em uma colaboração inédita. Combinamos esforços no monitoramento e no mapeamento de publicações em diversas plataformas digitais, como WhatsApp, Telegram, Facebook, Instagram, Gettr e outras.

Prêmios

Prêmio Vladimir Herzog

O episódio “O que os olhos não vêem” do podcast Até que se prove o contrário foi o vencedor da categoria produção jornalística em áudio.

Prêmio Latinoamericano de Periodismo de Investigación

A reportagem “A máquina oculta de propaganda do iFood” recebeu menção honrosa.

Prêmio Jornalismo e Direitos Humanos
  • O podcast Até que se prove o contrário recebeu menção honrosa na categoria Áudio;
  • O episódio “Quem lucra com os rios que secam”, do podcast Amazônia Sem Lei recebeu menção honrosa na categoria Áudio;
  • A reportagem “A máquina oculta de propaganda do iFood” ganhou o 1º lugar na categoria Online
  • O Mapa dos Conflitos ficou em 2º lugar na categoria Online;
  • A série “Tabaco e Saúde Mental” ficou em 2º lugar na categoria Online;
  • A reportagem “‘Ou escolhe um lado ou morre’: facções pressionam detentos e presidiários no Amazonas” ficou em 3º lugar na categoria Online;
  • A reportagem “Como o Lobby de um militar da reserva favoreceu mineradoras canadenses na Amazônia” ganhou menção honrosa na categoria Online;
Prêmio Design for a Better World

O Mapa dos Conflitos foi o vencedor da categoria Design Gráfico, Design Digital, UX e UI.

Prêmio de Jornalismo AMIG – Mineração em Foco

A reportagem “Dinheiro público financia poluição por carvão e destruição ambiental no Sul do país” ficou em 1º lugar na categoria texto.

Prêmio ACI/OCESC

A reportagem “Inferno no meio-oeste” ficou em 3º lugar na categoria texto.

Financiadores

OAK Foundation

Apoio Institucional

Ford Foundation

Apoio Institucional

Open Society Foundations

Apoio Institucional

The Reva & David Logan Foundation

Traduções e Parcerias Internacionais

Instituto Ibirapitanga

Projeto Por Trás do Alimento

Instituto Clima e Sociedade (ICS)

Investigações sobre Emergência Climática

Climate and Land Use Alliance (CLUA)

Investigações sobre Emergência Climática e Jornada de Comunicação e Audiências

Norwegian Program to Support Indigenous People

Microbolsas Repórteres Indígenas

Porticus

Investigações sobre Emergência Climática

Cátedra Josué de Castro

Microbolsas Alimentação e Mudanças Climáticas

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)

Microbolsas Alimentação e Mudanças Climáticas

Google News

Google WebStories

Google News Equity Fund

Investigações sobre igualdade de gênero

Report for the World

Fellowship – Investigações sobre igualdade de gênero

Friedrich Ebert Stiftung

Investigações sobre violência política de Gênero

Pulitzer Center

Cobertura Vale do Javari – Terra de Conflitos e Crime Organizado

Fundação Heinrich Böll

Sentinela Eleitoral

Desinformante

Sentinela Eleitoral

WWF-Brasil

Microbolsas Petróleo e Mudanças Climáticas

Open Democracy

Investigação sobre Educação Domiciliar

Tânia Meinerz/Agência Pública
José Medeiros/Agência Pública
Reprodução Editora Elefante
Unsplash
Reprodução YouTube
José Cícero/Agência Pública
Reprodução Redes Sociais
André Oliveira Cebola/Agência Pública
Inge Snip
Matt Rota/ICIJ

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